quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

NOVA IGUAÇU PRECISA DA SUA AJUDA.




NOVA IGUAÇU PRECISA DA SUA AJUDA.

Caros amigos. Todos vocês estão acompanhando a triste situação que o Rio de Janeiro está enfrentando por conta das intensas chuvas. A Baixada Fluminense é uma das áreas mais castigadas. A cidade de Nova Iguaçu decretou estado de calamidade pública.


Igreja Batista Betel de Mesquita e outras igrejas estão mobilizando seus membros a fim de prestar imediata assistência aos moradores de Nova Iguaçu. O pastor Julio Cezar, da 4ª Igreja Batista de Austin, um dos bairros mais afetados (vide a foto) irá administrar os donativos e encaminhar para quem de fato necessita. Nesse primeiro momento, a prioridade é (1) alimentos não perecíveis e (2) móveis - de todo tipo, pois muitas pessoas não tem nem mesmo um colchão.

Por favor, ajudem. Entrem em contato conosco.

1) NOVA IGUAÇU 
Rua Maranhão, 44 - Austin - Pça do Batuta / Nova Iguaçu-Rj
Contato: (Julio Cezar) 98739-5672/3191-7160.
jcdaferreira@yahoo.com.br

2) NILÓPOLIS 
Rua Mário de Araújo, 1730 / Nilópolis - RJ
Rua do Estacionamento da antiga casas Sendas, hoje Assai.
Contato: Áquila Cabral soudaquarta@soudaquarta.com.br
Tel: +55-21-2691-8700
Fax: +55-21-2691-8700

3) MESQUITA
Rua Egídio 979 - Vila Emil - Mesquita-RJ
Contato - Judiclay Santos / Mônica Lago.
igbatistabetelmesquita@yahoo.com.br
2696 0357

"Bem-aventurado o que acode ao necessitado…"Salmo 41.3

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

I CONFERENCIA BETEL DE TEOLOGIA: CRIAÇÃO, QUEDA E REDENÇÃO

I CONFERÊNCIA BETEL DE TEOLOGIA:
CRIAÇÃO, QUEDA E REDENÇÃO.

                                                             Judiclay Santos

  
                  Os seres humanos interpretam a vida de maneira diferente. Ainda que não saibam o modo de enxergar a realidade depende da sua cosmovisão. Esta palavra é fundamental para entender um assunto de grande importância: Por que pensamos como pensamos, ou agimos como agimos? Ao contrário do que muitos pensam essa não é uma matéria restrita a academia, mas está presente no lar, no trabalho... Tanto o intelectual quanto homem simples tem a sua cosmovisão, arraigada no coração, no mais profundo do seu ser. Nós todos refletimos a nossa cosmovisão o tempo todo e em todo lugar.


Os cristãos precisam ter uma cosmovisão cristã. Tendo em vista que o nosso modo de pensar influencia o nosso modo de viver, é essencial que paremos para refletir sobre esse assunto. É triste notar que um expressivo número de cristãos, por não ter uma cosmovisão bíblica, sofre de esquizofrenia espiritual. A dicotomia Sagrado/Secular é uma evidência disso. Muitas pessoas não conseguem conectar a fé cristã (suas crenças) com a realidade (a vida). Por conta disso, é comum encontrar jovens cristãos que são darwinistas durante a semana e no domingo cantam hinos ao Deus Criador. A fé é colocada no cativeiro cultural, ficando restrita apenas aos assuntos religiosos. Afinal de contas existe alguma relação entre a fé (crença) e a vida (prática)? Sim existe! Penso que, não apenas a liderança da igreja, mas todos os cristãos deveriam investir na formação de uma cosmovisão bíblica a fim de evitar a esquizofrenia espiritual.


A cosmovisão é baseada em pilares históricos que servem de balizas para nossa interpretação da vida bem como nossas ações. A I Conferência Betel de Teologia tem como propósito abordar três desses pilares: CRIAÇÃO, QUEDA E REDENÇÃO. Uma visão bíblica sobre esses grandes temas servirá de base para uma vida coerente com a verdade. Entender que fomos criados à imagem de Deus mudará completamente o modo como nos relacionamos uns com os outros e conosco mesmo. A compreensão da doutrina da Queda nos ajudará a sermos realistas e menos infantis diante do humanismo utópico. Considerar a natureza humana, em seu completo estado de miséria e alienação, nos levará a um desespero existencial que só pode ser removido ao pé da cruz de Jesus Cristo, nossa redenção. Tudo muda a partir do momento em que a nossa fé pessoal em Cristo passa a influenciar toda nossa vida.


A I Conferencia Betel de Teologia será realizada nos dias 7 e 8 de dezembro de 2013 e terá como preletor, o pr. Jonas Madureira. 

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

O declínio da pregação e a decadência da igreja



Por Judiclay Santos


No dia 18 de janeiro de 1548, na Cathedral of Saint Paul, no coração de Londres, um dos mais notáveis reformadores ingleses pregou uma poderosa mensagem que ecoa através dos séculos. O Sermão do Arado, pregado por Hugh Latimer, é uma trombeta do céu que ressoa sobre a igreja e exorta os pregadores.


Quem dera nossos prelados fossem tão diligentes para semear os grãos de trigo da sã doutrina quanto satanás o é para semear as ervas daninhas e o joio! Onde o diabo está em residência e está com o seu arado em andamento, ali: fora os livros e vivam as velas!; fora as Bíblias e vivam os rosários!; fora a luz do evangelho e viva a luz das velas – até mesmo ao meio dia!; [...] vivam as tradições e as leis dos homens!; abaixo as tradições de Deus e sua santíssima Palavra[...]"1

A dura crítica de Latimer é verdadeira, consistente e terrivelmente atual. É impressionante considerar que a realidade da igreja na Inglaterra em meados do século 16 é muito similar à realidade da igreja no Brasil, no século 21. A situação nas igrejas cristãs, salvo as honrosas e raras exceções, é de extrema pobreza e mediocridade nos púlpitos. Dominicalmente são oferecidos sermões mortos, pregações vazias, discursos inócuos, preleções insossas. A igreja tem sido submetida a uma dieta terrível: uma sopa rala que não nutre a fé. Existe um contingente expressivo de pessoas sem maturidade e estatura espiritual, e Igrejas cheias de pessoas vazias. Há muita gente sofrendo o processo de infantilização por falta da pregação da Palavra.

Uma leitura cuidadosa da História cristã mostrará que existe uma estreita relação entre a pregação da Palavra e a vida da igreja. Todas as vezes que a pregação do evangelho floresce seu impacto se torna evidente na vitalidade da igreja e na subsequente transformação da cultura.


Se alguém gastasse uma semana lendo toda a Bíblia e, na semana seguinte, se familiarizasse com os principais acontecimentos da história da igreja, o que observaria? Que a obra de Deus no mundo e a pregação estão intimamente ligadas. Onde Deus age, ali a pregação floresce. Em todos os lugares em que a pregação é menosprezada ou está ausente, ali a causa de Deus passa por um tempo de improdutividade. O Reino de Deus e a pregação são irmãos siameses que não podem ser separados. Juntos, eles permanecem de pé ou caem.2

A igreja brasileira sofre por causa do declínio da pregação. A falência dos púlpitos é uma tragédia para o povo de Deus. Existem muitos palradores, mas poucos pregadores. Há uma enorme carência de homens que preguem o evangelho das insondáveis riquezas de Cristo.3 Via de regra, o que se tem visto, de norte a sul do Brasil, são homens superficiais que oferecem um tipo de “alimento” incapaz de nutrir a fé. Boa parte dos cristãos não sabe o que significa o evangelho. Muitos não conhecem as verdades elementares da fé cristã. As implicações desta triste realidade são avassaladoras. O cenário evangélico brasileiro é constituído de igrejas teologicamente confusas, moralmente frouxas, socialmente inoperantes e espiritualmente decadentes.

I. OS RESULTADOS DO FRACASSO DA PREGAÇÃO NA VIDA DA IGREJA.

1) Empobrecimento do culto cristão.
Na estrutura do culto cristão, a exposição bíblica é o principal ato de adoração. Culto público de adoração sem a pregação do evangelho não é apenas pobre, é falso. “O que vemos hoje é a marginalização do púlpito. Há uma percepção de que o púlpito é apenas um móvel decorativo no santuário e que alguém tem que usá-lo para alguma coisa”.4 É triste e lamentável constatar a pobreza dos cultos. A falta de pregação bíblica e a quantidade de cânticos medíocres na musicalidade e heréticos no conteúdo é um escândalo. Quando a pregação não ocupa o centro no culto cristão e a Palavra perde a devida primazia na vida da igreja prevalecem o subjetivismo, o antropocentrismo, o sensacionalismo, o paganismo e todo tipo de excentricidades. Tais coisas, por sua natureza, não glorificam a Deus e não edificam a igreja de Jesus Cristo.  

2) Desfibramento moral da igreja. 
Se a pregação é o principal meio de graça, através do qual a igreja é santificada pela ação do Espírito Santo, onde não há pregação do evangelho a corrupção do coração é potencializada e se manifesta com maior força. Existem contundentes evidências da falta de integridade moral por parte de muitas pessoas que confessam ser cristãs. Valores e práticas incompatíveis com a Palavra de Deus se tornaram comuns no arraial evangélico. Se o profeta Oséias pregasse para essa geração de cristãos no Brasil, sua mensagem seria: “Volta, ó Israel, para o Senhor, teu Deus, porque, pelos teus pecados, estás caído”.5 A exortação do Cristo ressurreto à igreja em Sardes é bem adequada à igreja brasileira: “... não tenho achado íntegras as tuas obras na presença do meu Deus”.6 Uma das razões pelas quais a igreja padece de fraqueza moral é porque “há uma tendência dos púlpitos modernos a propagar uma mensagem que informa, mas não transforma, que diverte mas não converte” (Abgel).

3) Confusão doutrinária no seio da igreja. 
João Calvino, grande teólogo e experiente pastor, afirmou que “a ignorância é mãe de todas as heresias”. Onde a verdade é negligenciada floresce o erro. O Brasil, conhecido por sua cultura mística de profundas raízes no paganismo, é terreno fértil para a proliferação de ensinos errados. As matizes, quer seja, a pajelança indígena, os  ídolos do catolicismo romano, os rituais afro-ameríndios,   o kardecismo anglo-saxão ou as seitas “evangélicas”, conspiram contra o genuíno evangelho. Nesse cenário de múltiplas divindades, variados cultos e tantos credos, o enfraquecimento do magistério da Palavra e a negligência da pregação tornam a igreja vulnerável e criam o ambiente para o sincretismo. Não seria essa a triste realidade da igreja evangélica no Brasil?

4) Decadência espiritual.
Um púlpito fraco é a maior tragédia da igreja. Spurgeon estava certo ao afirmar que “o mais maligno servo de Satanás que conheço é o ministro infiel do evangelho”.7 O fracasso da pregação é a causa primária da miséria espiritual da igreja. Sempre que a igreja é transformada em teatro da fé, o púlpito em vitrine de vaidades, o culto em serviço de entretenimento e o pastor em animador de auditório, a decadência espiritual é inevitável. À luz das Escrituras, a falta de santidade, devoção, misericórdia, sabedoria, compaixão, fervor, piedade, vida e amor são evidências do declínio espiritual. A igreja tem dado sinais de fraqueza espiritual e existem algumas razões pelas quais isso acontece. O notável João Crisóstomo indica uma delas. "Quando você vir uma árvore cujas folhas estejam secas e murchas, algo de errado está acontecendo com as suas raízes; quando você vir um povo indisciplinado, sem dúvida, os seus sacerdotes não são santos".8 A igreja que tolera um pastor negligente no ministério da pregação comete suicídio. 

II. FATORES CONTRIBUINTES PARA O DECLÍNIO DA PREGAÇÃO.
O declínio não foi súbito, mas gradual. Um estudo criterioso apontará as razões pelas quais a glória da pregação ter sido apagada. O renomado Dr. Albert Mohler9 aponta alguns elementos significativos, dentre os quais, destacamos três:

1) A pregação contemporânea sofre de perda na confiança no poder da Palavra
Muitos pregadores não creem na autoridade da Bíblia como Palavra de Deus. É impressionante constatar a quantidade de pastores que deveriam nutrir a fé da igreja a partir da pregação da Palavra, mas não o fazem porque não confiam que de fato a Bíblia é a Palavra de Deus. Se um homem nega a inspiração, autoridade e suficiência da Escritura, ele não está qualificado para pregar.  

2) A pregação contemporânea sofre de obsessão por tecnologia
Vivemos em uma sociedade de forte apelo audiovisual. O emprego de novas tecnologias não deve ser descartado, mas avaliado criteriosamente. O risco não é usar esses recursos, mas se tornar escravo deles. Um pastor não pode gastar mais tempos preparando slides para apresentar o seu sermão do que estudando o texto bíblico  e orando diante de Deus, por si e pelos seus ouvintes. Como bem observou o dr. Moller, Deus decidiu ser ouvido e não visto. 

3) A pregação contemporânea sofre de focalização em necessidades sentidas
A principal necessidade do ser humano é a paz com Deus por meio de Cristo. Desconsiderar essa verdade torna o púlpito um centro de aconselhamento para tratar realização profissional, saúde financeira e relacionamentos interpessoais. A psicologização do púlpito é uma triste realidade no cenário evangélico brasileiro. Enquanto os pregadores gastam tempo falando sobre os sete passos para melhorar o casamento, muitos casais nada sabem sobre o que significa o texto: “Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela”.10


O pastor moderno precisa voltar-se para o estudo profundo das Escrituras e para a pregação expositiva da revelação divina. Pequenos sermões tópicos, carregados de ilustrações sentimentais, que se ouvem nos púlpitos, [...] não satisfazem as mais profundas necessidades espirituais dos ouvintes”.11

Felizes são as igrejas cujos pastores pregam a Palavra de Deus. A história testemunha que as igrejas que mais crescem espiritualmente são aquelas que valorizam a pregação. Enquanto o púlpito não ocupar a primazia no culto não haverá edificação.

III. ENCORAJAMENTO AOS PREGADORES
A Reforma Protestante, a despeito de todas as acusações de seus detratores, deixou um glorioso legado para o cristianismo, o resgate da pregação pública da Palavra de Deus.  Os reformadores não inventaram a pregação, mas certamente lutaram para que ocupasse a primazia no culto cristão. Eles exortavam os que estavam sob a sua liderança  a buscar excelência na pregação da Palavra.  John Owen declarou que “o primeiro e principal dever de um pastor é alimentar o rebanho pela pregação diligente da Palavra”. Para tanto, eles tinham um pressuposto e uma motivação. Primeiro, eles entendiam que a pregação da Palavra de Deus é “um meio de graça indispensável e sinal infalível da verdadeira igreja” (Calvino). Segundo, a incansável luta desses gigantes da fé tinha como alvo a glória de Deus. Sendo essa a motivação primária para subir ao púlpito e anunciar o evangelho da graça. Deus é glorificado quando a igreja é edificada, e isso acontece através da diligente e fiel pregação da Palavra.

Martin Lloyd-Jones disse que a pregação é a tarefa mais importante do mundo. Calvino entendia que o púlpito é o trono de onde Deus governa a sua igreja. A reforma da igreja começa no púlpito da igreja. “O avivamento da igreja acontece quando se acende uma fogueira no púlpito”. (D. W. Moody).

UMA PALAVRA DE ENCORAJAMENTO

1) Pregue a palavra

Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus, que há de julgar vivos e mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino: prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina.12

Uma grande honra é sempre acompanhada de uma grande responsabilidade. A exortação de Alexander Wyte é muito oportuna: “Nunca pense em abrir mão da pregação! Os anjos em derredor do trono invejam sua grandiosa obra.” 

2) Estude exaustivamente o texto
Sem disciplina nos estudos não é possível pregar com excelência. “Pregação que não custa nada não vale nada”, exortava John Henry Jowett. O pastor deve dedicar-se aos estudos e a preparação do sermão. Alguém sugeriu que para cada minuto de pregação o pregador deveria investir uma hora de preparação. Pode parecer muito, ou até mesmo impraticável, mas o ponto é que o preparo é fundamental. Segundo Spurgeon, o príncipe dos pregadores, “aquele que cessa de aprender cessa de ensinar. Aquele que não semeia nos estudos não colhe no púlpito”. 

3) Crie pontes entre o mundo bíblico e o contemporâneo
Não torne a sua pregação uma coisa enfadonha e sem sentido. Conheça a Escritura, mas também o povo para o qual você prega. Mostre as pessoas a conexão entre o texto bíblico e a vida delas. Use ilustrações vivas e verdadeiras. Uma boa ilustração é como janelas em uma casa, iluminam e arejam o ambiente. A viva e eficaz Palavra de Deus precisa ser comunicada com clareza, a fim de que haja uma correta aplicação para os ouvintes. 

4) Seja humilde: você depende da graça de Deus
Certo pregador subiu ao púlpito cheio de confiança em si mesmo. Foi um completo fracasso. Então alguém lhe disse: Se você subisse como desceu (humilde) teria descido como subiu (confiante). A humildade é uma virtude que faz toda diferença na vida do pregador. Os talentos não são suficientes. Para obter a bênção de Deus no exercício da pregação é necessário suplantar a soberba e pregar na completa dependência do Senhor. McCheyne acertou ao dizer que “não é tanto os talentos o que Deus abençoa, mas uma grande semelhança com Jesus. Um ministro de vida santa é uma tremenda arma nas mãos de Deus”.13

5) Ore invocando a presença do Espírito Santo
Sermões áridos e sem vida matam a igreja. O que torna um sermão uma pregação é o poder do Espírito. “A pregação é lógica em fogo” (Lloyd Jones). Todo pregador deve buscar a unção do Espírito, sem o qual os frutos são impossíveis. Em uma época de aguda fraqueza espiritual nos púlpitos, acompanhada de inúmeras conversões fabricadas pela manipulação das emoções humanas, todo pregador deveria levar em consideração as palavras do apóstolo Paulo, um dos maiores pregadores da história do cristianismo: “porque o nosso evangelho não chegou até vós tão-somente em palavra, mas, sobretudo, em poder, no Espírito Santo e em plena convicção, assim como sabeis ter sido o nosso procedimento entre vós e por amor de vós”.14

Em suma, sem pregação bíblica, proclamada no poder do Espírito Santo, não há esperança para a igreja brasileira. Deus tenha misericórdia de nós.

* Texto publicano no site da Edições Vida Nova (Teologia Brasileira)
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1LATIMER, Hugh. Citado por STOTT, John. Eu Creio na Pregação. Vida: São Paulo, 2001, pp. 27-28.
2OLYOTT, Stuart. Pregação Pura e Simples. Fiel: SJC, 2008, p. 23.
3Efésios 3.8.
4MOHLER, Albert. Apascenta o meu rebanho. Cultura Cristã: São Paulo, 2009, p. 25.
5Oséias 14.1.
6Apocalipse 3.2.
7SPURGEON, Charles H. O Ministério Ideal, Vl 2. PES: São Paulo, 1990, p. 65.
8CRISÓSTOMO, In: Homilias sobre o Evangelho de Mateus (38), citado por SPENER Filipe Jacob, Pia Desideria, p. 26.
9MOHLER, Albert. Deus não está em silêncio. Fiel: São José dos Campos, 2011, pp. 22-28.
10Efésios 5.25.
11CRABTREE. A Doutrina Bíblica do Ministério Pastoral. Rio de Janeiro: Juerp, 1981, p. 81.
122 Timóteo 4.1-2.
13MCCHEYNE, Robert M. Citado por STOTT, John. O perfil do pregador. São Paulo Vida Nova, 2005, p. 114.
141 Tessalonicenses 1.5.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

CORAM DEO: A ESSÊNCIA DA VIDA CRISTÃ



Judiclay Santos

Coram Deo é uma expressão teológica em latim cunhada no século XVI no contexto da Reforma Protestante. Mas a final de contas, o que significa Coram Deo? O conteúdo teológico por trás desta expressão é profundo e tem como objetivo primário promover a consciência de que a vida cristã é, essencialmente, viver na presença de Deus. O termo Coram Deo significa, literalmente, “diante da face de Deus”. Isso pode parecer uma novidade para alguns ou uma obviedade para outros, mas o fato é que essa questão é o coração da vida cristã. Como disse R.C. Sproul: “A grande idéia da vida cristã é Coram Deo. Coram Deo capta a essência da vida cristã.  Esta frase literalmente se refere a algo que ocorre na presença de, ou perante a face de, Deus. Para viver coram Deo é preciso viver uma vida inteira na presença de Deus, sob a autoridade de Deus, para a glória de Deus”.


No catolicismo medieval era muito comum a ideia de compartimentar a vida entre o sagrado e o profano; entre o religioso e o não religioso. A distorção da verdade promoveu um tipo de espiritualidade empobrecida e esquizofrênica que não conseguia conectar a mensagem do evangelho com a vida. Foi contra esse sacrilégio que os reformadores protestaram afirmando que todos nós vivemos na presença de Deus. Portanto devemos viver para glória de Deus por meio do que somos e do que fazemos. Como ensinou o apóstolo Paulo: “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus”. (1 Co 10.31)


A compreensão desse princípio basilar tem sérias implicações. 

(1) Coram Deo é um incentivo a integridade moral. A consciência de viver diante do Deus santo serve como encorajamento a uma vida santa e piedosa. “Esta é a coisa fundamental, a mais séria de todas: que estamos sempre na presença de Deus”, ensinava Martin Lloyd Jones. 

(2) Coram Deo é um incentivo a integridade vocacional. Não existe uma vocação que não seja sagrada. Kuyper esclarece: “Onde quer que o homem esteja, seja o que for que faça, ou no que aplique a sua mão, na agricultura, no comercio, na indústria, ou sua mente, no mundo da arte, e ciência, ele está, seja onde for, constantemente diante da face de Deus, está empregado no serviço de Deus, deve obedecer estritamente a seu Deus e acima de tudo deve ter como alvo a gloria de Deus.” 






terça-feira, 29 de outubro de 2013

ÍDOLOS DO CORAÇÃO





Judiclay Santos

O conceito de idolatria não está restrito às imagens das divindades religiosas e os seus objetos visíveis de culto. Uma pessoa pode não se curvar diante da imagem de santo Antônio, Buda ou Afrodite e, ainda assim, ser um idólatra. O ídolo não é uma coisa necessariamente ruim, mas algo ou alguém que ocupou um lugar indevido, o trono do nosso coração. O campo de batalha entre a verdadeira e a falsa adoração é o coração humano. 


A exortação do Senhor por meio de Ezequiel é clara: “Filho do homem, estes homens levantaram ídolos dentro do seu coração”. (Ez 14.3) O coração humano, enganoso e corrupto é uma fábrica de ídolos que pode usar qualquer coisa, boa ou ruim, como matéria prima. O que é um ídolo? “É qualquer coisa que seja mais importante que Deus para você, qualquer coisa que absorva o seu coração e imaginação mais que Deus, qualquer coisa que só Deus pode dar”. (Thomas C. Oden)


Um dos ídolos mais comuns em nossa cultura é a felicidade. O desejo de ser feliz não é necessariamente ruim. Na verdade este anseio por felicidade foi colocado pelo próprio Deus. O erro não é buscar a felicidade, mas buscá-la nas fontes erradas. Os ídolos não saciam a alma. Como disse Pascal: “O homem já teve a verdadeira felicidade, da qual agora resta nele apenas o sinal e o espaço vazio, que ele tenta em vão preencher com as coisas ao seu redor, procurando em coisas ausentes a ajuda que não obtém nas coisas presentes. Essas, porém, são todas incapazes, porque o abismo infinito pode ser preenchido somente por um objeto infinito e imutável, ou seja, apenas pelo próprio Deus". 


Quando o coração idólatra exclui Deus e sai em busca de coisas que prometem felicidade o curso inevitável é a insatisfação na alma. O ser humano é especialista em criar falsos referenciais de significação. As pessoas vão adubando suas vidas com ilusões achando que o mundo pode ser um parque de diversão existencial, mas chega um momento que o indivíduo descobre que muitas coisas, conquanto boas e necessárias, não saciam a alma. Só Cristo satisfaz os anseios do coração.

sábado, 19 de outubro de 2013

19 DE OUTUBRO DE 1856: O DIA EM QUE 7 PESSOAS MORRERAM ENQUANTO SPURGEON PREGAVA.




Por Judiclay Santos

O PREGADOR
Convertido aos 15 anos de idade, no dia 6 de Janeiro de 1850, Charles Haddon Spurgeon seria o mais conhecido e influente pregador da Inglaterra no século XIX. Pessoas vinham de várias partes para ouvir a pregação daquele jovem (ele começou a pregar com 16 anos) que falava com clareza, paixão e autoridade.


A MULTIDÃO
O prédio da igreja de New Park Street não comportava a quantidade de pessoas que fluía para ouvir Spurgeon, como ele mesmo havia dito: “A colheita é grande demais para o celeiro”. Enquanto um novo prédio estava sendo construído as reuniões passaram a ser realizadas no Exit Hall, um espaço bem maior do que a Capela de New Park. No entanto, ainda era insuficiente para acolher as multidões, ávidas para ouvir a pregação da Palavra.


A TRAGÉDIA!
Spurgeon decidiu transferir as reuniões para o maior espaço coberto de Londres naquela época. A cidade entrou em ebulição ao saber que Spurgeon pregaria no Surrey Gardens Music Hall, com capacidade para acomodar 10 mil pessoas.

No dia marcado, 19 de outubro de 1856,  os assentos estavam todos ocupados e milhares de pessoas à porta. Foi um dos maiores eventos em Londres naquele século. Um acontecimento que parou a cidade. Spurgeon ficou espantado ao ver a multidão e pensou em cancelar o culto, mas a multidão queria ouvir a pregação, então ele começou  a pregar...

Um pouco depois do início da pregação, um assecla de satanás gritou: Fogo! Fogo! O desespero tomou conta do lugar. Os ingleses, ainda traumatizados com o incêndio que devastou a cidade de Londres em 1666, começaram a descer as galerias em grande aflição e desespero. Spurgeon não se deu conta até que foi informado da confusão e pediu as pessoas que se retirassem com calma. Um pedido em vão. O lugar estava tomado pelo pânico. Como resultado daquela correria, 7 pessoas morreram e 28 ficaram feridas. Quando soube disso, o próprio Spurgeon sofreu ataque e desmaiou. Muitos pensaram que ele tinha morrido. 


A SURPRESA!
Não houve incêndio, foi “apenas” um boato! Após uma acurada inspeção foi contatado que  o prédio estava intacto, não havia o menor indício de fogo.  

Spurgeon foi duramente criticado pela impressa e responsabilizado pela morte daquelas pessoas. Alguns jornais, que já o perseguiam, aproveitaram aquela tragédia para lançar uma série de ataques e ofensas. Foi um tempo de grande aflição para Spurgeon que tinha apenas 22 ANOS DE IDADE!! Sua alma entrou em agonia e estas mortes sempre assombraram o seu coração.


O SOFRIMENTO
Ele descreveu a sua experiência com as seguintes palavras:

"Apenas o próprio Deus conhecia a angústia do meu espírito triste.
As lágrimas eram o meu alimento de dia, e sonhos de terror à noite.
Meu pensamentos eram como facas afiadas que cortavam meu coração em pedaços. Eu não podia ser confortado.
A minha amada Bíblia não me dava nenhuma luz. Não conseguia orar.
Senti que a minha fé tinha morrido e que Deus tinha me abandonado...". 

Spurgeon estava no vale da sombra da morte. Sua alma desespero existencial e seu coração esmagado pela tirania daquela tribulação indescritível.


O RECOMEÇO!
No entanto, o Deus que levanta os abatidos, manifestou a sua graça restauradora trazendo conforto  e novo ânimo.

“Como um clarão de um relâmpago minha alma voltou para mim”.
"Estava livre! A porta da minha prisão se abriu".
"Eu saltei de alegria em meu coração".

Spurgeon voltou a pregar. Um ano depois ele pregou para 24 mil pessoas, em um culto de oração convocado pela coroa inglesa em favor da nação (o maior público para o qual ele pregou de uma só vez).

O último dos puritanos, foi devidamente chamado de “O Príncipe dos Pregadores”. Seu ministério foi ricamente abençoado até o fim dos seus dias, em 31 de janeiro de 1892. Ainda hoje Spurgeon inspira muitos pregadores e edifica a igreja de Cristo por meio dos seus livros e sermões. 


SETE LIÇOES BÁSICAS SOBRE A TRAGÉDIA DO DIA 19 DE OUTUBRO.

1)   Um boato pode matar.
2)   A mentira é filha do diabo que é assassino desde o princípio.
3)   Uma tragédia, sobretudo quando implica em morte, é sempre uma provação para fé.
4)   Ser fiel a Deus não garante imunidade ao sofrimento.
5)   Diante da dor, a presença de Deus pode tornar-se imperceptível.
6)   A graça de Deus é suficiente para acompanhar o crente pelo vale da sombra da morte.
7)   Um acidente no meio do caminho não impossibilita um final vitorioso.