segunda-feira, 2 de abril de 2012

CONFISSÕES DE SANTO AGOSTINHO


Judiclay S Santos

Agostinho é um dos maiores e mais influentes teólogos do cristianismo. Gosto de ler seus livros porque eles alcançam não apenas a mente, mas também o coração do leitor. Relendo Confissões, obra monumental e clássico da literatura universal, fui tocado mais uma vez por sua piedade e devoção. Longe daquela espiritualidade espúria e superficial, tão comum entre os rasos e falsos, Agostinho ergue-se, involuntariamente, como um exemplo do que significa orar de verdade e em verdade.

O Doutor da Graça, como ficou conhecido, é sincero e também verdadeiro. Abre o coração e se dirige ao Eterno sem o abominável e resistente senso de justiça própria presente em nosso enganoso coração. Sem o uso de máscaras, ele se desnuda diante de Deus e suplica por graça e misericórdia, palavras doces para os que reconhecem o azedume pecaminoso da alma humana.

Compartilho com vocês, queridos irmãos e irmãs, uma de suas preciosas orações. Embora cada oração tenha sua própria pessoalidade e particularidade, serve de instrumento pedagógico e é muito útil para o crescimento espiritual dos crentes em Cristo.

"Minha alma é morada muito estreita para te receber: será alargada por ti, Senhor. Está em ruínas: restaura-a! Tem coisas que ofendem aos teus olhos: eu o sei e confesso. Mas quem pode purificá-la? A que, senão a ti, eu clamarei: Purifica-me, Senhor, dos pecados ocultos, e perdoa a teu servo as culpas alheias? Creio, e por isso falo, Senhor: tu o sabes. Não te confessarei “contra as minhas faltas, meu Deus, e não perdoaste a maldade do meu coração? Não discuto contigo, que és a verdade, e não quero enganar a mim mesmo, para que a minha iniqüidade não minta a si mesma. Não discuto contigo porque, “se te lembrares de nossos pecados, Senhor, quem suportará teu olhar?"

A vida de Agostinho testemunha que um homem piedoso não é aquele que se julga perfeito, mas é aquele que ao contemplar a majestade do Rei dos reis, a soberania do Senhor dos senhores e a santidade do Santíssimo, reconhece que é miserável, pobre, culpado e indesculpável. Somos todos, completamente carentes do Deus de toda graça e Pai de muitas misericórdias, que jamais desampara os que suplicam a bênção do seu perdão e da sua presença.

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