sábado, 24 de setembro de 2011

A MELHOR MANEIRA DE COMEÇAR O DIA!


“Esteja pronto pela manhã para subir ao monte Sinai. E lá mesmo, no alto do monte, apresente-se a mim.” Ex 34.2 (NVI)

Pare e pense! Como é que você começa o seu dia? A resposta a essa pergunta é importante, pois pode esclarecer como vai a sua vida com Deus. O texto acima citado é uma chamada à comunhão com o Senhor nas primeiras horas do dia. Muitos estão conscientes dessa vital necessidade e até se sentem chamados pelo Espírito de Deus a buscá-lo logo de manhã. No entanto, não são poucos os que negligenciam essa santa vocação. Após um dia inteiro de atividades, dormem cansados e fisicamente indispostos a buscar a Deus. Ao acordar, diante dos “afazeres”, não têm tempo para “gastar” com Deus.

John Bunyan, conhecido pastor batista do século XVIII, dizia que “aquele que foge de Deus de manhã, não o encontrará no restante do dia”. Proceder assim é sufocar a alma, pois priva a pessoa da verdadeira vida que consiste fundamentalmente em manter comunhão com Deus. No mundo agitado, pressa, multidão e barullho são altamente nocivos ao desenvolvimento da fé. Os pais da igreja pensavam na oração como oxigênio da fé, sem a qual não podemos permanecer vivos.

Cristãos, famílias e até mesmo igrejas inteiras estão enfermas porque não buscam a Deus. Viver uma religiosidade morta, aquém da proposta do evangelho é fácil, mas é empobrecedor. Para muitas pessoas, comunhão e intimidade com o Senhor são realidades distantes. Se esse é o seu caso, acorde desse sono da morte. Ouça o Espírito lhe chamando à vida com Deus. Atenda o seu chamado. Suba ao monte logo de manhã e desça preparado para as lutas e incertezas próprias da planície da vida cotidiana.

Que o Senhor lhe conceda a graça de viver uma vida piedosa, tal como Josefh Paker, que dizia:

“A manhã é o tempo que eu estabeleci para estar a sós com o Senhor. A própria palavra manhã é como um cacho de uvas. Vamos esmagá-las e beber vinho sagrado. De manhã! É a hora que Deus preparou para eu estar no melhor do meu vigor e esperança. Não vou ter que subir ao monte na hora que estou cansado. Durante a noite eu sepultei a fatiga de ontem, e de manhã tomo uma nova porção de energia. Bendito é o dia cuja manhã é santificada! Bem sucedido é o dia cuja primeira vitória é conquistada em oração! Santo é o dia cuja aurora nos encontra no cume do monte! Meu Pai, estou indo! Nada na planície rasteira me afastará das santas alturas. Ao Teu comando eu vou, então Tu virás encontrar-te comigo. De manhã no monte! E estarei forte e alegre por todo o resto de um dia tão bem iniciado”.

Quem começa o dia de joelhos na presença do Pai permanece de pé nas batalhas da vida diária.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

“LEVAI AS CARGAS UNS DOS OUTROS ... Gl 6.2



Levar a carga uns dos outros é um imperativo para o povo de Deus.
Tal ordem expressa responsabilidade mútua entre os discípulos de Jesus Cristo.
Quando o apóstolo disse “levai as cargas uns dos outros”, ele deixou evidente duas coisas: Todos nós temos cargas; segundo, Deus não pretende que as carreguemos sozinhos. O plano divino é que a carga seja dividida, compartilhada.


Jesus levou a carga das nossas culpas e pecados. Todavia, isso não nos torna imunes aos problemas e adversidades da vida. Deus espera que levemos tudo a Ele em oração e que compartilhemos com nossos irmãos aquilo que não podemos levar sozinhos. Pessoas são usadas por Deus para nos abençoar. Paulo, uma vez atribulado, reconheceu que o “Deus que conforta os abatidos, nos consolou com a chegada de Tito” (2 Coríntios 7.5-6).


Existem situações que são da competência da pessoa enfrentar e resolver. O próprio Paulo também disse: “cada um levará o seu próprio fardo” (Gl 6.5). Este último versículo parece entrar em contradição com aquele que apresenta o mandamento de levar as cargas uns dos outros. Afinal, quem deve levar a carga do outro, a pessoa mesma ou nós também? A resposta está na compreensão das duas palavras chaves: carga e fardo. Fardo, no grego, phortion, era usado como um termo militar para a mochila de um soldado. Ou seja, o soldado não apenas conseguia carregá-lo, mas tinha a obrigação de carregar. Portanto existem coisas que eu devo levar, porque é minha obrigação e porque eu consigo levar. Mas a palavra carga, no grego, baros, refere-se aquilo que é pesado. Este peso é uma carga muito grande para alguém carregar sozinho.


Carregar a carga do outro é um ministério que precisa ser entendido e aplicado nas igrejas cristãs com toda diligência e amor. É possível que haja entre nós irmãos sobrecarregados. Essas cargas podem significar fraquezas morais, enfermidades físicas, necessidades financeiras, aflições espirituais e emocionais, etc. São cargas pesadas, impossíveis de serem carregadas por uma só pessoa.


“Os homens serão egoístas”, profetizou o apóstolo acerca dos últimos dias. Esse egoísmo é típico do mundo em trevas, mas os filhos da luz são encorajados a abençoar vidas que estão cansadas e necessitadas de ajuda para caminhar. Lutero disse que os cristãos devem ter “ombros fortes e ossos potentes” para ajudar uns aos outros. Levar a carga do outro significa cumprir a lei de Cristo, a lei do amor.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A FÉ DOS DEMÔNIOS!




A expressão acima é tão chocante quanto real. De fato há uma fé comum aos demônios. Esse tipo de fé é vista na vida dos que crêem na existência de Deus, mas não vivem para a glória de Deus. Uma fé diametralmente oposta à fé salvadora. Tiago faz uma necessária exortação aos cristãos para que os mesmos façam uma avaliação da real natureza da fé que professam, sob pena de viverem no auto-engano. Não são poucos os que acham que crer em Deus é suficiente e vantajoso. “Crês, tu, que Deus é um só? Fazes bem. Até os demônios crêem e tremem”, afirma Tiago (2.19). O contexto desse texto nos permite identificar pelo menos três características da fé dos demônios.


Em primeiro lugar, a fé dos demônios é incapaz de salvar porque não vem acompanhada de boas obras. “Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo?" Uma leitura superficial desse texto pode sugerir, como alguns equivocadamente já deduziram, que Tiago está questionando a doutrina bíblica da “justificação pela fé”, mas não é esse o caso. Tiago está combatendo a distorção da doutrina por parte dos antinomistas libertinos. Tais mestres transformam a graça em desgraça e não demonstram frutos de uma nova vida em Cristo. Não há desacordo entre Paulo e Tiago. Ambos crêem na mesma verdade. A pessoa é salva pela graça mediante a fé para as boas obras. Portanto, se alguém professa crer em Cristo e não sua confissão de fé não é autenticada por uma vida transformada, tal fé é semelhante a dos demônios. Novidade de vida é a marca da fé salvadora.


Em segundo lugar, a fé dos demônios é morta porque não demonstra amor e misericórdia para com o próximo. Que proveito há em ter uma fé que diz crê em Deus, mas que é indiferente as necessidades do próximo? Em uma sociedade marcada pela indiferença e desprezo pelo outro, a fé dos demônios se expressa sempre que as coisas têm mais valor do que as pessoas. Amor e graça, misericórdia e bondade são marcas distintivas dos discípulos de Jesus Cristo. A inexistência desses atributos põe sob suspeita a autenticidade da fé.


Por fim, a fé dos demônios divorcia a doutrina cristã da vida cristã. “Crês, tu, que Deus é um só?” Os demônios não têm dúvidas que Deus é o único e vivo Deus. Eles são ortodoxos, tem uma correta doutrina acerca de Deus. Um espírito maligno se dirigiu ao Senhor Jesus e disse: “Bem sei quem és: O Santo de Deus”! Agora, qual é o proveito de tal conhecimento se não vem acompanhado de vida transformada? A verdadeira ortodoxia vem sempre acompanhada da ortopraxia. Doutrina correta e vida santa são interdependentes. Crer nas doutrinas cristãs e não viver de acordo com elas é negar o evangelho do Senhor Jesus Cristo.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

SOBRE PASTORES E LOBOS



Por Osmar Ludovico

Pastores e lobos têm algo em comum: ambos se interessam e gostam de ovelhas, e vivem perto delas. Assim, muitas vezes, pastores e lobos nos deixam confusos para saber quem é quem. Isso porque lobos desenvolveram uma astuta técnica de se disfarçar em ovelhas interessadas no cuidado de outras ovelhas. Parecem ovelhas, mas são lobos.

No entanto, não é difícil distinguir entre pastores e lobos. Urge a cada um de nós exercitar o discernimento para descobrir quem é quem. Pastores buscam o bem das ovelhas, lobos buscam os bens das ovelhas.

Pastores gostam de convívio lobos gostam de reuniões.
Pastores vivem à sombra da cruz, lobos vivem à sombra de holofotes.
Pastores choram pelas suas ovelhas, lobos fazem suas ovelhas chorar.
Pastores têm autoridade espiritual, lobos são autoritários e dominadores.
Pastores têm esposas, lobos têm coadjuvantes.

Pastores têm fraquezas, lobos são poderosos.
Pastores olham nos olhos, lobos contam cabeças.
Pastores apaziguam as ovelhas, lobos intrigam as ovelhas.
Pastores têm senso de humor, lobos se levam a sério.
Pastores são ensináveis, lobos são donos da verdade.

Pastores têm amigos, lobos têm admiradores.
Pastores se extasiam com o mistério, lobos aplicam técnicas religiosas.
Pastores vivem o que pregam, lobos pregam o que não vivem.
Pastores vivem de salários, lobos enriquecem.
Pastores ensinam com a vida, lobos pretendem ensinar com discursos.
Pastores sabem orar no secreto, lobos só oram em público.

Pastores vivem para suas ovelhas, lobos se abastecem das ovelhas.
Pastores são pessoas humanas reais, lobos são personagens religiosos caricatos.
Pastores vão para o púlpito, lobos vão para o palco.
Pastores são apascentadores, lobos são marqueteiros.
Pastores são servos humildes, lobos são chefes orgulhosos.


Pastores se interessam pelo crescimento das ovelhas, lobos se interessam
pelo crescimento das ofertas.
Pastores apontam para Cristo, lobos apontam para si mesmos e para a instituição.
Pastores são usados por Deus, lobos usam as ovelhas em nome de Deus.
Pastores falam da vida cotidiana, lobos discutem o sexo dos anjos.


Pastores se deixam conhecer, lobos se distanciam e ninguém chega perto.

Pastores sujam os pés nas estradas, lobos vivem em palácios e templos.
Pastores alimentam as ovelhas, lobos se alimentam das ovelhas.
Pastores buscam a discrição, lobos se autopromovem.
Pastores conhecem, vivem e pregam a graça, lobos vivem sem a lei e pregam a lei.


Pastores usam as Escrituras como texto, lobos usam as Escrituras como pretexto.
Pastores se comprometem com o projeto do Reino, lobos têm projetos pessoais.
Pastores vivem uma fé encarnada, lobos vivem uma fé espiritualizada.
Pastores ajudam as ovelhas a se tornarem adultas, lobos perpetuam a infantilização das ovelhas.


Pastores lidam com a complexidade da vida sem respostas prontas, lobos lidam com técnicas pragmáticas com jargão religioso.
Pastores confessam seus pecados, lobos expõem o pecado dos outros.
Pastores pregam o Evangelho, lobos fazem propaganda do Evangelho.
Pastores são simples e comuns, lobos são vaidosos e especiais.
Pastores têm dons e talentos, lobos têm cargos e títulos.


Pastores são transparentes, lobos têm agendas secretas.
Pastores dirigem igrejas-comunidades, lobos dirigem igrejas-empresas.
Pastores pastoreiam as ovelhas, lobos seduzem as ovelhas.
Pastores trabalham em equipe, lobos são prima-donas.
Pastores ajudam as ovelhas a seguir livremente a Cristo, lobos geram ovelhas dependentes e seguidoras deles.


Pastores constroem vínculos de interdependência, lobos aprisionam em vínculos de co-dependência.

Os lobos estão entre nós e é oportuno lembrar-nos do aviso de Jesus Cristo: “Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são devoradores (Mateus 7:15).

domingo, 11 de setembro de 2011

O MAL QUE HABITA EM MIM!




O pecado é a maior força em operação no mundo, exceto o poder de Deus. Mas o mundo nega isto e trabalha para eliminar esta verdade. A propaganda enganosa é que o pecado é: “invencionice da igreja para manter o controle social”, “neurose obsessiva que perturba e adoece”, “fraseologia do passado incompatível com a sociedade do século XXI”. 

A força do pecado vem sendo subestimada, inclusive por muitos cristãos influenciados pelo humanismo secular. Mas os males decorrentes do poder do pecado estão por todos os lados, e ninguém pode negar. “De onde procedem as guerras e contendas que há entre vós? De onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne?” [Tiago 4:1]. É certo que, quase todos os males que afetam a vida humana tem sua raiz na própria natureza humana corrompida.

A teologia da Queda, que trata a entrada e as conseqüências do pecado no mundo é uma das mais distorcidas, depreciadas e odiadas das doutrinas cristãs. Mas como disse o pastor Lloyd-Jones – “a maneira de medir a altura do amor de Deus é antes de tudo medir à profundidade de nossa própria depravação como resultado da queda”.

Penso que a falta de louvor e gratidão a Deus pela redenção em Cristo é porque muitos ignoram a natureza do pecado que separa o homem de Deus. “A doutrina do pecado original nos diz que nós não somos pecadores porque pecamos, mas pecamos porque somos pecadores, nascidos com uma natureza escravizada pela pecado... Nenhuma parte de nosso ser está isenta de pecado” (A Bíblia de Genebra).

O reformador Martinho Lutero, ao pensar sobre o poder do pecado na vida humana concluiu que “para praticar boas obras, a natureza humana se rebela, se contorce e esperneia. Ao passo que, praticar más obras, ela o faz com facilidade e gosto”. Anos mais tarde, outro notável teólogo, o suíço Emil Brunner, afirmou que o “pecador não é aquele que tem algo podre, como uma manchinha podre de uma bela maça que se tira com a ponta da faca, mas aquele que é podre no cerne, infestado de podridão”.


O mal que habita em nós, a terrível força do pecado leva o cristão a clamar como Paulo: “Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” O coração do apóstolo, inquieto e angustiado, só pôde sossegar ao dar “graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor” [Cf. Romanos 7: 24-25a].