sábado, 18 de dezembro de 2010

A MORTE DA MORTE



Por Judiclay Santos




A derrota da morte pela ressurreição é um tema predominante nos escritos espirituais da tradição cristã. O famoso poeta metafísico inglês John Donne (1571-1631) elabora com maestria as implicações da doutrina da ressurreição para nossa atitude em relação à morte. Em sua monumental obra Divine Meditations, Donne apresenta a derrota da morte pela ressurreição. Segue abaixo um pequeno e instrutivo extrato do seu poema:


Não te orgulhes, ó morte, embora alguns te chamem
Poderosa e valente, tu não o és,
Pois aqueles que pensas que abateste
Não morrem, pobre morte, tampouco podes matar;

Do descanso ao sono, que refletes quem és.
Muito prazer vem de ti, muito mais deve fluir,
E logo o melhor de nós contigo irá,
Descanso dos ossos e entrega da alma.

És escrava do destino , da sorte, de reis e homens desesperados,
Habitas com o veneno, a guerra e a enfermidade,
Papoulas e encantamentos também nos fazem dormir,
Melhor do que teu golpe; por que então te envaideces?
Um rápido descanso, acordamos eternamente,
E não haverá mais morte; Morte, tu morrerás.



A morte é retratada em termos pessoais como alguém que diz ter poder sobre a humanidade. A última declaração de Donne é que a própria morte foi derrotada. Embora não se mencione explicitamente a ressurreição de Cristo, está claro que ela representa a força por trás do pensamento.


Nas palavras de outro notável inglês, o erudito puritano John Owen, A MORTE FOI MORTA NA MORTE DE CRISTO. Graças à obra de Cristo na cruz e sua subseqüente ressurreição, “a morte é como uma espada embotada, fere, mas não mata”, diz o ilustre reformador João Calvino.
O cristão pode celebrar a vitória de Cristo sobre a morte e fazer coro com o apóstolo Paulo:


Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?
Ora, o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei.
Mas graças a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo.
1 Coríntios 15.55-57

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