quinta-feira, 29 de outubro de 2009

PROTESTO CONTRA UM ACORDO ESPÚRIO

Há quase um ano foi feito um “acordo” que a maioria dos brasileiros desconhece. No dia 13 de Novembro de 2008 foi assinado em Roma um tratado entre o Estado brasileiro e o Vaticano. O pacto estranhamente chamado de “acordo administrativo”, foi ostensiva e propositalmente abafado por todos.

Qual é o conteúdo desse acordo?

Quais são as suas implicações?

Por que razões o governo brasileiro firmou esse pacto?

Quais são as motivações do Vaticano?

A Igreja Presbiteriana do Brasil se manifestou e os cristãos evangélicos de todas as denominações deveriam apoiar e subscrever esse manifesto.
Manifesto da Igreja Presbiteriana do Brasil sobre o acordo firmado entre a República Federativa do Brasil e a Santa Sé

A IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL, representada pelo Presidente do seuSupremo Concílio, diante do momento atual, em que forças organizadasda sociedade manifestam sua preocupação pela aprovação do texto doAcordo que vem labutar contra a laicidade do Estado Brasileiro ecercear a liberdade religiosa através de manifesta preferência econcessão à Igreja Católica Apostólica Romana de privilégios por partedo Estado Brasileiro, em face dos termos do Acordo entre a RepúblicaFederativa do Brasil e a Santa Sé, firmado no dia 13 de novembro de 2008, vem a público, considerando que:

I. - O Vaticano, embora um Estado Soberano e Pessoa Jurídica deDireito Público Internacional, é a sede política e administrativa dareligião Católica Apostólica Romana e, portanto, um Estado Teocrático.Todo acordo entre Ele e o Brasil que contemple matéria envolvendoassuntos referentes à dimensão da fé e não a assuntos temporais agrideo princípio da separação entre Estado e Igreja, que é uma conquistaobtida pela nação brasileira e se constitui na base da nossaRepública;

II. - Para Igreja Católica Apostólica Romana, as demais religiões eseus ritos próprios são apenas “elementos de religiosidade”preparatórios ao cristianismo verdadeiro, do qual ela é exclusivadetentora: “Com efeito, algumas orações e ritos das outras religiõespodem assumir um papel de preparação ao Evangelho, enquanto ocasiõesou pedagogias que estimulam os corações dos homens a se abrirem à açãode Deus. Não se lhes pode, porém atribuir à origem divina nem aeficácia salvífica ex opere operato, própria dos sacramentos cristãos.(DECLARAÇÃO "DOMINUS IESUS" SOBRE A UNICIDADE E A UNIVERSALIDADESALVÍFICA DE JESUS CRISTO E DA IGREJA);

III. - A identidade jurídica peculiar do Vaticano, a apresentar-se oracomo Estado, ora como Religião, facilita a tentativa de ingerência epode confundir administradores sobre os limites das concessões, quandotratam de assuntos que transcendem aqueles meramente administrativos etemporais. E, por ser o Vaticano um Estado, não pode impor ao EstadoBrasileiro a aceitação de sua religião e da Igreja que representa paraa obtenção de privilégios e vantagens diferenciadas;

IV. - É inegável que tal Acordo é flagrantemente inconstitucional,pois fere a Constituição da República, que destaca em seu artigo 19:“É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-las,embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seusrepresentantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, naforma da lei, a colaboração de interesse público; (..); III – criardistinções entre brasileiros ou preferências entre si”. Ora, o Estadodo Vaticano é o REPRESENTANTE da Igreja Católica Apostólica Romana. OACORDO, portanto, é INCONSTITUCIONAL e não pode prosperar num EstadoDemocrático de Direito, pois fere a cláusula pétrea da Constituição daRepública no caput do Artigo 5º, ou seja, o princípio Constitucionalda ISONOMIA;

V. - Que o referido Acordo Internacional nos artigos 7º, 10º e,principalmente, 14º, impõe DEVERES ao Estado Brasileiro para com aIgreja Católica Apostólica Romana nos planejamentos urbanos a seremestabelecidos no respectivo PLANO DIRETOR, que deverá ter espaçosdestinados a fins religiosos de ação da Igreja Católica ApostólicaRomana, contemplando a referida Igreja com destinação de patrimônioimobiliário;

VI. - O termo católico após a expressão “ensino religioso”, contido noAcordo, afronta a previsão do § 1º do artigo 210 da Constituição daRepública, que preceitua: “O ensino religioso, de matrículafacultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolaspúblicas de ensino fundamental”. O Acordo com a Santa Sé consignou no§ 1º do artigo 11 que: “O ensino religioso, católico e de outrasconfissões religiosas, de matrícula facultativa, constitui disciplinados horários normais das escolas públicas de ensino fundamental...”.Trata-se de evidente discriminação religiosa;

VII. – a aprovação pelo Congresso Nacional do referido Acordo conferiuprivilégios históricos à Igreja Católica Apostólica Romana em nossoPaís reconhecendo-os como direitos, constituindo norma legal, uma vezque acordos internacionais, conforme a Constituição de 1988, têm forçade lei para todos os fins. Aquilo que a história legou, a cultura vemtransformando e o Direito não pode aceitar por consolidar dissídio nasociedade brasileira, que tem convivido de forma tolerante com olegado, mas não o admitirá como imposição contrária ao direito àliberdade de consciência, de crença e de culto, amparado pela CartaMagna e pelo Direito Internacional;

VIII. - De igual forma, o Projeto de Lei n.º 5.598/2009 e o PLS160/2009 denominado “Lei Geral das Religiões”, já aprovado pela CâmaraFederal e pelo Senado, mero espelho do Acordo, incorre nos mesmosequívocos de inconstitucionalidade e desprezo à laicidade do EstadoBrasileiro, estendendo as pretensões da Igreja Católica ApostólicaRomana a todos os demais credos religiosos. O nivelamento notratamento pelo Estado às religiões não pode ser amparado porfundamentos manifestamente inconstitucionais que agridem a soberaniado Brasil e retrocede-nos ao indesejável modelo do “padroado” noImpério.

Ante o exposto, em consonância com a Palavra de Deus, sua única regrade fé e prática, e com a sua doutrina, a IGREJA PRESBITERIANA DOBRASIL manifesta-se contra a aprovação do Congresso Nacional doreferido Acordo Internacional ou de qualquer norma legal queprivilegie determinada religião/denominação em detrimento de outras;não considerando a cidadania dos ateus e agnósticos também presentesno Brasil, consagrando ingerência de Estado Estrangeiro sobre o EstadoBrasileiro e afrontando a separação entre o Estado e a Igreja,preservada em todas as Cartas Constitucionais da República Brasileira.

A IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL reitera sua submissão e intercessãoem favor das autoridades constituídas, mas não abre mão de seuministério profético nesta geração a denunciar todo e qualquer desviocontrário ao Estado de Direito e à Lei de Deus.

Brasília – DF, outubro de 2009
Rev. Roberto Brasileiro Silva
Presidente do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil

terça-feira, 27 de outubro de 2009

O EXTERMÍNIO DE UCRANIANOS PELOS COMUNISTAS

Vejam com os seus próprios olhos o passado mostruoso do regime comunista, que ainda hoje seduz os ignorantes. Esse vídeo é uma prova contundente da malignidade inerente desse sistema diabólico.

LEMBRA-TE...


"que Cristo fez a sua expiação não para que irasses a Deus outra vez; nem morreu eles pelos teus pecados para que pudesses continuar vivendo neles; nem purificou a ti para que pudesses retornar como um porco ao teu velho lamaçal – mas sim para que pudesses ser uma nova criatura e viver uma nova vida de conformidade com a vontade de Deus e não com os desejo da carne."

Willian Tyndale.
Reformador, tradutor e mártir inglês que viveu no século 16.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

CHAVEZ DECRETA O FIM DA PROPRIEDADE PRIVADA


Uma notícia gravíssima, que não vi comentada aqui no Brasil, feita na calada da noite pela ditadura chavista, está deixando os venezuelanos de cabelos em pé e não sem razão. Foi publicado na Gaceta Oficial do dia 25 de setembro de 2009, uma “Providência Administrativa” que torna edifícios, casas, praças, monumentos, igrejas, etc., “patrimônio cultural” do município Libertador, do Distrito Capital de Caracas. (Abro um parênteses: neste mesmo dia, a Assembléia Nacional aprovou por unanimidade o caráter “sigiloso e inviolável” dos acordos militares entre Venezuela e Rússia, enquanto Chávez e o PT de Lula ficam “exigindo” que a Colômbia revele integralmente seus acordos com os Estados Unidos. Mas isto comento em um artigo proximamente). Trocando em miúdos, isto significa dizer que Chávez decretou que tudo agora é patrimônio do Estado, de modo que qualquer proprietário de imóvel perdeu seu direito legítimo de fazer qualquer coisa com seu bem, seja alugar, doar, vender ou deixá-lo em herança, pois a partir da data de sua publicação, quem decide o que fazer com a propriedade de cada um agora é o Estado. Não é uma violência isso?

Chamo a atenção deste fato, sobretudo para os empresários e políticos que estão se rasgando para colocar este psicopata comunista no MERCOSUL a qualquer preço, pois isto que ele acaba de fazer – fora os incontáveis roubos que ele cinicamente chama de “expropriação” -, é uma atitude reconhecidamente de regimes totalitários ditatoriais, onde não existe democracia, nem liberdade – em nenhuma de suas formas -, nem Estado de Direito e tampouco o Império das Leis. Chávez está seguindo fielmente a cartilha do ditador Fidel Castro, exatamente como naquela carta que o Notalatina divulgou há alguns anos e republicou há pouco, lembram?

Traduzo abaixo um artigo escrito por Mercedes Montero, jornalista venezuelana, pois ela explica com clareza o que este infame decreto quer dizer. Entretanto, os que quiserem ver o que textualmente diz o Decreto, podem fazê-lo através de Noticero Digital, em seu original em espanhol.

Antes, porém, o Notalatina apresenta com exclusividade para o Brasil dois Comunicados da Secretaria de Relações Exteriores do Governo de Honduras, ambos datados de 21 de outubro de 2009 em formato PDF. No primeiro deles, a acusação formal ante a OEA, da intromissão nos assuntos internos de Honduras e incitação à rebelião feita por Chávez e Daniel Ortega, durante o último encontro da ALBA em Cochabamba. Além disso, denuncia e clama providências à OEA, quanto a uma aeronave de matrícula venezuelana apreendida há poucos dias em território hondurenho, contendo drogas e armas que está em poder das autoridades militares de seu país. E no segundo comunicado, o presidente Micheletti justifica a demora na resolução da Comissão Negociadora da Mesa de Diálogo Guaymuras, que está sendo travada por Zelaya e seus representantes, que não aceitam o único ponto referente ao retorno ou não de Zelaya ao poder, além de incitar seus seguidores a exigir uma assembléia constituinte e desconhecer as eleições marcadas para 29 de novembro. Não deixem de ler estes documentos, pois neles pode-se ver a transparência e integridade com que age o Governo de Micheletti, em detrimento da irresponsabilidade e desonestidade de Zelaya e seus militantes comunistas.

Leiam agora o artigo de Mercedes Montero e pressionem os senadores da Comissão de Relações Exteriores do Senado a não permitirem a entrada deste psicopata comunista no MERCOSUL. Fiquem com Deus e até a próxima!
ADEUS, PROPRIEDADE PRIVADA!
Por Mercedes Montero

A Gaceta Oficial nº 39.272 de 25 de setembro de 2009, trouxe a seguinte informação, que foi transmitida por diversas vias.

Segundo Providência Administrativa nº 019/09, datada de 28 de agosto de 2009, do Ministério Popular para a Cultura, foram declarados Bens de Interesse Cultural e incluídos no Catálogo do Patrimônio Cultural Venezuelano, ruas, avenidas, parques zoológicos, praças, monumentos, estádios, bibliotecas, árvores, centros culturais chácaras, casas, edifícios, clubes, colégios privados, colégios gremiais, comércios, bancos, clínicas e hospitais públicos e privados, centros comerciais, igrejas, capelas e conjuntos habitacionais inteiros, de todos os bairros do Município Libertador do Distrito Capital, sem exceção.

Isto significa que qualquer ato de disposição, como são venda, doação, herança, constituição de gravamens, deverá ser previamente autorizado pelo Instituto do Patrimônio Cultural, pelo qual os registradores, notários e juízes não poderão dar curso a documentos pertinentes ao ato de autenticar, registrar, decretar medidas, etc., sem a prévia autorização referida. Ademais, os registradores deverão proceder a escrever a correspondente nota de afetação a estes imóveis em sua margem correspondente.

Ao revisar a Gaceta Oficial nº 39.272, sem cair em detalhes que tomam páginas e páginas, temos que os bairros afetados (não se pode aplicar um termo diferente) são os seguintes: Altagracia, Antímano, Caricuao, Catedral, Coche, El Junquito, El Paraíso (Vista Alegre), El Recreo, El Valle, La Candelaria, La Pastora, La Vega, Maracao, San Agustín, Paseo Vargas, Santa Rosália, San Bernardino, San José, San Juan, San Pedro, Santa Teresa, Sucre e 23 de Enero.

Nesses bairros está situado o lastro histórico da cidade, são os terrenos mais caros de Caracas, há uma grande densidade populacional, a maioria dos habitantes é gente humilde ou de classe média aos quais lhes custou um grande esforço adquirir um apartamento ou uma casinha humilde, ou vivem em super-blocos ou em ranchos que construíram com suas próprias mãos, muitas vezes mendigando à autoridade de turno ou ao político em campanha que lhes doe alguns tijolos, sacos de cimento ou pranchas de zinco para levantá-los. Os que levantaram centros comerciais, hospitais e clínicas, bancos, etc., investiram o produto de seu trabalho de muitos anos e criaram fontes de trabalho. Em grande quantidade de casos, os proprietários ainda estão pagando os empréstimos adquiridos para montar um negócio ou comprar uma moradia. Absolutamente todos, têm direito e desejam uma propriedade sua, por essa razão deram metade de suas vidas para tê-la.

O arquiteto José Manuel Rodríguez é o Presidente do Instituto de Patrimônio Cultural (Encarregado), entretanto, é quem aparece assinando o decreto declarando o patrimônio cultural a metade de Caracas. O significado desta ação é a limitação de todos os direitos que a propriedade privada dá aos legítimos donos dos imóveis.

A pergunta que cabe formular, é: a que se deve tal abuso? Será pelo simples fato de que Caracas votou em Ledezma para Prefeito e, portanto, tem que castigar os cidadãos que exerceram seu direito de se expressar? O certo é que é sim um assalto.

Porém, aqui na Venezuela não está acontecendo NADA; se acredito que não afeta a “mim”, que bobagem! Passo agachado, sou transparente, não me diga, não ouço, não é comigo. Adeus propriedade privada! A Cuba de Fidel parece ser nosso destino!

Traduções e comentários: G. Salgueiro
Fonte: http://notalatina.blogspot.com/

MAIS UMA SUGESTÃO PARA LOGOTIPO DOS JOGOS OLÍMPICOS DE 2016

Em meio à batalha campal que acontece no Rio de Janeiro há uma semana eis uma sugestão que obviamente desagradará às mulheres, aos hipócritas e aos mais recatados, mas que espelha uma realidade, a exploração do turismo sexual, não só no Rio como em vários outros lugares do Brasil, querendo ou não as autoridades (que autoridades?).

Eu soube outro dia que há uma onda de tristeza em alguns lugares da Eurábia e dos EUA pelo fechamento da famosa boite Help, em Copacabana, conhecida em todo o planeta. Mas que não se preocupem os frequentadores (do not worry boys!) pois eu também soube que já estão em andamento negociações para que as moças trabalhem na discoteca do hotel que vai reabrir no Leme, perto da praça do Lido, o ex-Meridien (next to Lido Square, very soon the girls will be working again, so do not worry...).


Assim, havendo ou não os tais jogos a diversão estará garantida em breve e a profissão mais antiga do mundo continuará a ser exercida pelas meninas para gáudio dos turistas.

Salve salve o Rio de Janeiro!

Por David Bor

Fonte: http://www.blogdodavidbor.blogspot.com/

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

MARTINHO LUTERO E A REFORMA

Aos 22 anos de idade, o jovem Martinho Lutero entrou para o monastério de Erfurt. Dois anos depois, na ocasião da sua ordenação, nem Lutero nem qualquer outra pessoa sabia o que esse evento significaria para ele, para a igreja ou para o mundo.

O teólogo britânico, R. C. Sproul faz uma curiosa observação. Cem anos antes da ordenação de Lutero, o reformador da Boêmia, Jan Hus havia sido condenado à fogueira pelo famigerado Concílio de Constança (1415), sob a sentença de “pecado de heresia”. Hus teria dito ao bispo que ordenou a sua execução: “Você pode cozinhar este ganso, mas há de vir um cisne que não será silenciado”. Não era apenas um vaticínio, era um jogo de palavras. Seu nome, Hus, significa ganso na língua Tcheca.

Ao ser ordenado na capela agostiniana em Efurt, Lutero foi deitado com seus braços esticados na forma de cruz na base do altar da capela. Curiosamente, o lugar exato onde Lutero estava deitado, havia uma inscrição no piso de pedra que indica que abaixo do lugar estava sepultado o bispo que ordenara a execução de Jan Hus. Sproul confessa: “É uma grande tentação revisar a História e atribuir ao bispo uma resposta apropriada às palavras de Hus que um cisne surgiria. Gosto de pensar que o bispo respondeu: “Sobre meu cadáver!” De fato, foi sobre seu cadáver que o cisne foi ordenado”.

A Reforma eclodiu na Europa do século 16 por meio de uma conjugação de fatores. Embora tenha tido raízes e implicações políticas, econômicas e sociais, a Reforma foi essencialmente um movimento de retorno à sã doutrina, que propôs expurgar da Igreja doutrinas e práticas contrárias à fé cristã. O fato mais surpreendente é que a Reforma, ansiosamente desejada por muitos, teve o seu marco inicial com o protesto de um anônimo monge agostiniano numa pequena cidade com aproximadamente 3.500 habitantes. Lutero era apenas um ilustre desconhecido na insignificante cidade alemã de Wintemberg.

Graças à sábia providência divina, a Reforma avançou e redesenhou o mundo. O Senhor da Igreja age conforme o conselho de sua soberana vontade e usa os meios necessários para realizar os seus propósitos e manter o seu programa redentor. Lutero reconhece ter sido um vaso de barro. Não obstante as suas fraquezas, Deus o usou para edificar a Igreja do Senhor Jesus. “Não fiz nada. A palavra fez e realizou tudo”, disse o reformador.

Somos gratos a Deus pela vida de Lutero, pois embora tenha sido tão pecador quanto nós, foi um importante instrumento nas mãos do Senhor para promover o evangelho de Jesus Cristo.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

A REFORMA PROTESTANTE

Atualmente é cada vez mais raro encontrar um cristão evangélico que conheça, de fato, a Reforma Protestante. A maioria não tem idéia do real significado da Reforma, simbolicamente memorada no dia 31 de Outubro. O teólogo luterano, Gottfried Brakemeier, nos diz que o “Dia da Reforma” é um dia comemorativo e programático. “Comemorativo, porque há uma história que precisa ser lembrada, e que apesar, de todos os seus descaminhos, possui aspectos instrutivos e não deixa de ser motivo de gratidão. Programático, porque deve estar na agenda da igreja como uma lembrança de uma urgência atual, que nos conclama à ação”.

A Reforma foi um movimento de retorno à sã doutrina, que propôs expurgar da igreja os ensinos e as práticas contrárias à Palavra de Deus. Embora tenha tido raízes e implicações políticas, econômicas e sociais, a Reforma foi essencialmente um movimento religioso. Longe de postular uma visão romanceada da Reforma, devemos reconhecer a sua enorme contribuição para a Igreja e para o mundo.

QUE CONTRIBUIÇÃO UM MOVIMENTO QUE ACONTECEU HÁ QUASE 500 ANOS PODE OFERECER A IGREJA DO SÉCULO XXI?

Nos séculos subseqüentes à Reforma até hoje, houve muitas mudanças no mundo, boas e ruins, grandes e pequenas. Mas quanto à condição moral espiritual e a corrupção doutrinária, a similaridade é impressionante. Na Idade Média, o culto às relíquias e outros elementos como meio de graça cresceu e tomou proporções incríveis. “Era possível comprar cera dos ouvidos e leite da Virgem Maria, estrume do burro do estábulo de Belém, fios de cabelo e da barba do Salvador” (Dreher). No Brasil do sincretismo religioso, floresce o misticismo pagão. Círculos que se dizem evangélicos são os primeiros a promover a Deforma da igreja, com seus ensinos e práticas estranhas à fé cristã. Hoje, os discípulos de Tetzel, o vendedor de indulgência do Papa Leão X, se multiplicam sonegando a graça que flui do Calvário.

A Reforma levantou cinco bandeiras que deveriam permanecer hasteadas em nossas igrejas como símbolos da fé evangélica. Os “cinco solas” da Reforma (Sola é um termo latino que significa somente) sintetizam as batalhas travadas pelos reformadores em favor do evangelho.


1. Sola Scriptura – Somente as Escrituras – Os reformadores reafirmaram a supremacia das Escrituras sobre a tradição. A Bíblia é a única regra de fé e prática. Nenhum dogma ou experiência pode ser aceito se não tiver base na Palavra de Deus. A Bíblia tem sofrido um duplo atentado. Há aqueles que tentam adicionar supostas novas revelações e há outros que de modo igualmente insano tentam fazer subtrações. O princípio Sola Scriptura é uma declaração da inspiração, autoridade, inerrância e suficiência das Sagradas Escrituras.

2. Solo Christus – Somente Cristo – A Reforma questionou a autoridade do papa sobre a Igreja e ousadamente declarou que nenhum homem pode substituir o Deus-Homem. A doutrina apostólica proclama a supremacia de Cristo como o nosso suficiente Salvador, nosso único Mediador e nosso soberano Rei. A cruz de Jesus Cristo é o coração do evangelho.

3. Sola Gratia – Somente a Graça – Os reformadores reafirmaram a doutrina bíblica da salvação pela graça. Somos merecedores de juízo e condenação, mas Deus, que é rico em misericórdia, susta o castigo que merecíamos e nos dá, graciosamente, a salvação. Somos justificados pela graça mediante a fé. Diferente do conceito romano, a graça não é um pó mágico que nos ajuda a viver melhor para ser aceitos por Deus. A graça é o amor incondicional aos que não merecem nada. Cristo morreu a nossa morte para vivermos a sua vida. Isso é graça.

4. Sola Fide – Somente a Fé – Os reformadores proclamavam a supremacia da fé sobre as obras para a salvação. A salvação não é uma sinergia, como se houvesse alguma contribuição da parte do homem. A fé salvadora nunca é apresentada como algo inerente ao ser humano e de caráter meritório, mas sim como dom de Deus. A fé é o instrumento pelo qual recebemos o presente da salvação.

5. Soli Deo Gloria – Somente a Deus a Glória – Os reformadores reafirmaram a o ensino da Bíblia de que Deus não reparte sua glória com ninguém. Em uma época caracterizada por cultos antropocêntricos, a igreja precisa reavaliar o que significar dar glória a Deus.

A Declaração de Cambridge alerta: “Todas as vezes em que a autoridade bíblica é perdida na igreja, Cristo é despojado do seu lugar, o evangelho é distorcido, ou a fé é pervertida, a razão é uma só: nossos interesses substituíram os de Deus e estamos fazendo o trabalho à nossa maneira. A perda da centralidade de Deus na vida da igreja de hoje é comum e lamentável”.

Ao olhar a realidade da igreja brasileira, devemos lamentar o triunfo das heresias nos púlpitos e o crescimento da espiritualidade gnóstica evidente nos cultos eivados de elementos do paganismo. Retornar as veredas antigas (Jr 6.16) é uma imperiosa necessidade para a igreja contemporânea.

Martin Lloyd-Jones está certo ao dizer que “a maior lição que a Reforma Protestante tem a nos ensinar é justamente que o segredo do sucesso, na esfera da Igreja e das coisas do Espírito, é olhar para trás." Se a Igreja dependesse da fidelidade dos crentes, já estaria morta e sepultada. O Senhor Deus, no exercício da sua soberania por meio de sua santa e sábia providência usa os meios necessários para preservar a Igreja de Cristo. Por isso, Ecclesia reformata semper reformanda!
* Esse artigo foi publicado no Jornal Batista dessa semana (Edição 43).

EM BUSCA DE UMA TEOLOGIA DA ESTÉTICA

Por Luiz Sayão


A fé cristã teve uma trajetória traumática com as manifestações artísticas. Desde o início do cristianismo a relação entre fé e arte sempre foi de suspeita. Por que será que isso aconteceu? De onde veio essa ruptura? Tem explicação?

Os judeus e os primeiros cristãos sempre contemplaram as manifestações artísticas dos pagãos e dificilmente dissociavam uma coisa da outra. A arte dos egípcios, babilônios, filisteus, gregos e romanos estava repleta de idolatria e de imoralidade. Não é difícil entender a repulsa de judeus e cristãos a tais manifestações.
Além disso, foi o próprio Deus que proibiu a confecção de imagens de escultura (Êx 20.4-5) como objeto de culto. O mandamento foi levado a sério pelos judeus. Não temos quase nada de esculturas hebraicas dos tempos bíblicos. No cristianismo primitivo a tendência prosseguiu. Todos sabem que a controvérsia das imagens foi um dos principais problemas da história da igreja. Até hoje católicos e protestantes têm linhas demarcadas em torno da questão.

Na área da música, as coisas também foram complicadas. O Novo Testamento fala pouco de música cantada na igreja. A igreja cristã sempre temeu que a música se tornasse um ídolo que prejudicasse a adoração genuína. O canto gregoriano tornou-se um estilo musical que evitava os desvios da alma. O problema persistiu na época da Reforma. O zelo por uma espiritualidade genuína e o medo da idolatria muito limitaram a expressão estética. Instrumentos musicais foram vistos com desconfiança. Os calvinistas mais radicais mostraram essa ruptura. Houve até mesmo uma destruição em massa de órgãos na Escócia. Graças à tradição luterana alemã, a música protestante teve força cultural e depois foi exportada para outros ambientes. O fato é que essa tradição de reticência com a arte teve efeito no evangelicalismo anglo-saxão e chegou também ao Brasil.

Em terras brasileiras a arte entre evangélicos teve outro agravante. Como era proibido construir templos no início da história protestante, nossos templos pareciam “caixotes da fé”, com pouquíssima referência estética. Além disso, por sua identidade anti-católica, símbolos como a cruz entre outros também foram abolidos. Em resumo, nossa herança estética é mínima. Por que tão grande divórcio?

Antes de iniciarmos qualquer preteritoclastia, é preciso observar que o problema da ruptura com a arte surgiu da leitura da própria Bíblia. Quando lemos a gênese da arte nas Escrituras, ficamos assustados. Tudo começa com a família de Caim. A arte começa num ambiente anti-Deus, com características más como independência de Deus, imoralidade e violência. O toque final da estética de Caim aparece na figura da Cidade, resumo daquela civilização anti-Deus:

19 Lameque tomou duas mulheres: uma chamava-se Ada e a outra, Zilá. 20 Ada deu à luz Jabal, que foi o pai daqueles que moram em tendas e criam rebanhos. 21 O nome do irmão dele era Jubal, que foi o pai de todos os que tocam harpa e flauta. 22 Zilá também deu à luz um filho, Tubalcaim, que fabricava todo tipo de ferramentas de bronze e de ferro. Tubalcaim teve uma irmã chamada Naamá.23 Disse Lameque às suas mulheres: “Ada e Zilá, ouçam-me; mulheres de Lameque, escutem minhas palavras: Eu matei um homem porque me feriu, e um menino, porque me machucou. (Gn 4.19-23 – NVI)

Mas a pergunta que devemos fazer é: será que o início da estética compromete plenamente sua manifestação? O problema está na arte ou no coração do homem? Deus criou tudo bom e bonito (cf. o hebraico: Gn 1.31). Na verdade, Deus é o Senhor de toda arte! Ele é o Deus da estética. Por isso, vejamos outros enfoques estéticos nas Escrituras. Em Êxodo 31.1-7 (NVI), há um texto bíblico surpreendente:

1 Disse então o Senhor a Moisés: 2 “Eu escolhi Bezalel, filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá, 3e o enchi do Espírito de Deus, dando-lhe destreza, habilidade e plena capacidade artística 4 para desenhar e executar trabalhos em ouro, prata e bronze, 5 para talhar e esculpir pedras, para entalhar madeira e executar todo tipo de obra artesanal. 6 Além disso, designei Aoliabe, filho de Aisamaque, da tribo de Dã, para auxiliá-lo. Também capacitei todos os artesãos para que executem tudo o que lhe ordenei: 7 a Tenda do Encontro, a arca da aliança e a tampa que está sobre ela, e todos os outros utensílios da tenda...

Como pode o Deus que proibiu “fazer imagens de escultura” ordenar a confecção artística do tabernáculo (Êxodo 25 a 40), o que incluía a imagem de dois querubins! E o texto ainda diz que a capacidade de criar e expressar o Belo veio do Espírito de Deus! Começa aqui uma história de redenção da arte. Deus condenava a idolatria, mas nunca foi seu objetivo destruir a própria arte.
Prosseguindo pela Bíblia, vamos encontrar arquitetura e estética espacial no templo de Salomão, música muito elaborada nos Salmos e em outras partes, muita poesia cuidadosamente trabalhada em grande parte de toda a Bíblia. Há inclusive uma espécie de encenação dramática nos profetas (Ezequiel). Deus é o Senhor de toda arte!

Mesmo que a motivação de muitos cristãos tenha sido sincera, muito da teologia da estética presente na Bíblia não foi percebido por eles. Por isso, herdamos um cristianismo de expressão tão sisuda, e às vezes melancólica, que tem dificuldades de dialogar com a estética e com a cultura nacional contemporânea.

A questão é muito séria porque a arte tornou-se fundamental para a sociedade contemporânea. É o principal meio de veiculação de conteúdo. O pensador Francis Schaeffer criticou a atitude de afastar-se da arte comum do evangelicalismo americano no início do século 20. Isso foi mortal para a igreja, pois a música e as artes cênicas tornaram-se monopólio do pensamento secular. O conservadorismo entregou as novas formas de expressão ao mundo não cristão, facilitando a formação de uma geração secular e pagã! Por isso, a igreja precisa redescobrir o valor e o poder da arte. Mesmo que seu início na história bíblica seja maculado e que seu transcurso histórico esteja muito marcado pelo pecado, na Bíblia Deus redime a arte, para a sua honra e sua glória.
Hoje, é possível vermos criações artísticas que surgiram longe dos arraiais da fé, serem usados por Deus para o benefício do reino. O que era para o mal, tornou-se bem! Deus dá um nó no Mal!
A vitória de Deus é extraordinária. Vale observar que o Apocalipse termina a Bíblia cheio de arte e cheio de muita música. Até a Cidade, símbolo da arte e do progresso do mal, é transformada em bênção (Ap 21.1-4). Que Deus use cada Bezalel e Aoliabe de hoje. Nunca a relevância do artista cristão foi tão importante na história!

Fonte: Blog Fiel

sábado, 17 de outubro de 2009

O MAIS IMPORTANTE É A IGREJA

A Igreja é o que de mais importante existe no mundo. Criada pela vontade de Cristo, ela é a agência da salvação, ensaio e vanguarda da nova humanidade. Deus havia chamado Israel (obediente “versus” desobediente), e no passado nos falou pelos profetas, guardiões da lei. A função e o “status” de Israel -- a antiga aliança -- cessaram quando o véu do templo se rasgou. Hoje o judaísmo e o islamismo são apenas religiões semíticas monoteístas. A Igreja é o novo Israel, a nova aliança, e, como nos ensina Pedro, herdeira dos títulos e atributos do primeiro Israel: geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de Deus. Entre o antigo e o atual Estado secular de Israel (formado por 90% de ateus e agnósticos) só há em comum a geografia e as mirabolantes teorias de alguns protestantes. Os judeus (e todos os povos) devem ser enxertados no novo povo, porque não há salvação em nenhum outro nome senão o de Jesus.

A crise da Igreja é resultado da sua baixa autoestima, da falta de autocompreensão e conhecimento não somente sobre sua missão, mas também sobre sua natureza e organização -- uma crise de identidade em razão de uma ruptura com sua história, suas raízes. Como povo-instituição de Deus, a Igreja é mais importante do que a família biológica ou adotiva, do que o mundo do trabalho e do lazer, do que o Estado ou qualquer expressão da sociedade civil. Ela é portadora única do sentido para as demais coisas -- o evangelho e o poder do Espírito Santo -- e é nela onde se convive não somente para o tempo, mas para a eternidade. A Igreja não é apenas suas expressões localizadas: as comunidades locais, as tabas religiosas com seus caciques ou as casas de shows para expressão das fogueiras da vaidade. A igreja vive hoje em pecado porque desobedece aos dois princípios basilares a ela destinados pelo seu fundador e Senhor: a unidade e a verdade. O cisma (divisão do corpo) deixou de ser considerado um grave pecado pelo desordenado denominacionalismo; a heresia deixou de ser considerado um grave pecado pela crescente e ilimitada “diversidade” e “inclusividade”. Os cismas são heresias, e as heresias são cismas. Essa tragédia se transformou em rotina ante a indiferença de todos.


“Denominação” é uma palavra que não se encontra nas Sagradas Escrituras nem na obra de nenhum autor relevante da história do pensamento cristão antes do século 18. Não é um termo teológico, eclesiológico, mas apenas sociológico, administrativo, jurídico, humano, corrente nos últimos duzentos anos a partir da realidade da “livre empresa” e do “‘self-service’ religioso” norte-americano. Quando a Igreja una, santa, católica, apostólica e reformada dá lugar a uma miríade de “denominações” ou “ministérios”, o evangelho é parcializado, a missão é mutilada e vivemos na carne, por mais piedoso e espiritualizado que seja o nosso discurso. Afirmar que “Deus me mandou criar um novo ministério” é uma blasfêmia.


A Reforma Protestante foi um dos capítulos mais importantes da história da Igreja, mas o seu desdobramento em correntes extremadas fez com que o bebê fosse jogado fora junto com a água do banho. Ela preocupou-se com a autoridade (das Escrituras) e com a salvação (pela graça mediante a fé em Jesus) e se descuidou da eclesiologia, do estudo da própria Igreja. A instituição que deveria garantir a preservação dessas verdades logo foi atropelada pelo racionalismo liberal ou pelo literalismo fundamentalista. O livre exame, de livre acesso e investigação, deu lugar à livre conclusão. Ao contrário da criação, a Igreja se tornou sem forma e vazia. A releitura das Escrituras pela burguesia europeia, 1600 anos depois, fez os congregacionais tomarem o embrião e os presbiterianos tomarem o feto como se já fosse o ser nascido (institucionalizado) -- fato que a história atesta ter acontecido (muito cedo) somente com a consolidação do episcopado. Por sua vez, a pretensão da Igreja de Roma (e de alguns ramos da ortodoxia oriental) de ser “a” Igreja, em uma visão monocêntrica da história, não faz justiça à verdade policêntrica das sés e dos patriarcados deixados pelos apóstolos em diversas regiões. Foi no Oriente que viveu a maioria dos Pais da Igreja e onde aconteceram todos os Concílios da Igreja indivisa (responsáveis pelo consenso dos fiéis); ainda assim, 1.200 anos de história da Igreja no Oriente (períodos bizantino, pré-calcedônio, pré-efesiano ou uniata) representam apenas algumas notas de rodapé ou algumas linhas nas obras dos historiadores católicos romanos ou protestantes (“anabatistizados”). Ficamos vulneráveis com essa lacuna, em uma época de desprezo pelo passado e de arrogância individualista e imediatista. A universalidade da Igreja, com a multiforme manifestação da graça de Deus em todo o mundo, é mutilada pela hipervalorização (quase exclusiva) do que nos vem do império do momento. Como foi mesmo a definição do cânon bíblico, das doutrinas dos credos, dos sacramentos e do governo episcopal?


• Dom Robinson Cavalcanti é bispo anglicano da Diocese do Recife e autor de, entre outros, Cristianismo e Política -- teoria bíblica e prática histórica e A Igreja, o País e o Mundo -- desafios a uma fé engajada.www.dar.org.br
Fonte: Revista Ultimato

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Pai Rico Pai Pobre

Pai Rico, Pai Pobre é o primeiro best-seller de Robert Kiyosaki e Sharon Lechter. Ele advoga a busca pela independência financeira através de investimento, imóveis, ter seu próprio negócio e o uso de táticas financeiras de proteção do patrimônio. Alguns pressupostos dos autores são equivocados. Mas, em linhas gerais é um livro bastante instrutivo.

O que mais achei interessante foi a apresentação dos conceitos de ativo e passivo. A diferença fundamental entre o rico e o pobre é que o pobre gasta o seu dinheiro em passivos e o rico em ativos. Um empata o seu dinheiro naquilo que lhe dá mais despesa e o outro investe naquilo que lhe trará mais dividendos. Alfabetização financeira é imperiosa necessidade em nosso país.
Vale apena ler!

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

A MÁGOA, O CÁRCERE DA ALMA

Por Hernandes Dias Lopes
Nós sofremos mais por causa das pessoas do que por causa das circunstâncias. As pessoas nos fazem chorar mais do que as vicissitudes da vida. As pessoas nos decepcionam e nós decepcionamos as pessoas. Os relacionamentos dentro da família, no trabalho e até igreja, algumas vezes, se tornam tensos. Feridas são abertas na alma e mágoas profundas se instalam no coração. Amizades são rompidas, casamentos são abalados, relacionamentos sólidos entram em colapso. Nesse processo, a comunicação é rompida, o silêncio gelado substitui as palavras de amor e a desconstrução da imagem do outro se torna uma verdadeira ação de desmonte.

O resultado do adoecimento das relações humanas é a mágoa. Esse sentimento de amargura se instala no solo do coração e lança suas raízes trazendo perturbação para a alma e contaminação para os que vivem ao redor. A mágoa é a ira congelada. A mágoa é o armazenamento do ressentimento. A mágoa é entulhar o coração com o rancor, é alimentar-se do absinto do ranço, é afogar-se no lodo do ódio, é viver prisioneiro na armadilha da vingança.A mágoa é uma prisão. Ela é o cárcere da alma, o calabouço das emoções, a masmorra escura onde seus prisioneiros são atormentados pelos verdugos da consciência. Quem se alimenta da mágoa não tem paz. Não tem liberdade. Não tem alegria. Não conhece o amor. Não tem comunhão com Deus. Não pode adorar a Deus, nem trazer sua oferta ao altar. Quem retém o perdão não pode orar a Deus nem receber dele o perdão.


A mágoa é autodestrutiva. Ferimo-nos a nós mesmos quando nutrimos mágoa por alguém. Guardar mágoa no coração é como beber veneno pensando que o outro é quem vai morrer. Quem guarda mágoa no coração vive amarrado pelas grossas correntes da culpa. Quem vive nessa masmorra adoece emocional, física e espiritualmente. Há muitas pessoas doentes porque se recusaram a perdoar. Na igreja de Corinto havia pessoas fracas, outras doentes e algumas que já estavam mortas em virtude de relacionamentos adoecidos (1Co 11.3). Tiago ordena os crentes a confessarem seus pecados uns aos outros para serem curados (Tg 5.16). Há muitas pessoas vivendo cativas no calabouço do diabo, prisioneiras do ódio, acorrentadas pela mágoa, cuja vida espiritual está arruinada. Gente que precisa ser liberta dessa prisão existencial, desse cativeiro espiritual.


O salmista Davi orou pedindo a Deus para tirar a sua alma do cárcere (Sl 142.7). A chave que abre a porta dessa masmorra é o perdão. O perdão traz cura onde a mágoa gerou doença. O perdão traz reconciliação onde a mágoa gerou afastamento. O perdão traz alegria, onde a mágoa produziu tristeza e dor. O perdão restitui aquilo que a mágoa saqueou. O perdão é a faxina da mente, a assepsia da alma, a limpeza dos porões do coração. Perdoar é zerar a conta. É nunca mais lançar no rosto da pessoa a sua dívida. Perdoar é lembrar sem sentir dor. Perdoar é não retaliar. É pagar o mal com o bem. É abençoar aqueles que nos amaldiçoaram. É fazer o bem àqueles que nos fizeram o mal. Perdoar é ser um vencedor, pois é vencer o inimigo não com a espada, mas com o amor. Perdoar é sair do cárcere da alma, é ser livre, é viver uma vida maiúscula, superlativa e abundante. Perdoar é viver como Jesus viveu, pois ele não retribuiu o mal com o mal, antes por seus algozes intercedeu. Perdoar é ter o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus.


Chegou a hora de raiar a liberdade em sua vida. A Palavra de Deus liberta: "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará" (Jo 8.32). Jesus Cristo liberta: "Se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres" (Jo 8.36). É hora de sair do cárcere que prende a sua alma com as grossas algemas da mágoa. É hora de experimentar a liberdade do perdão. É hora de tomar posse da vida abundante que Jesus lhe oferece!

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

O DIA DA CRIANÇA E AS SUAS CONTRADIÇÕES

Hoje, doze de outubro, é comemorado o Dia da Criança. Desde o dia 5 de novembro de 1924, por iniciativa do Deputado Federal Galdino do Valle Filho, autor do projeto que foi apoiado pelo Congresso e oficializado pelo presidente Arthur Bernardes o Brasil comemora o Dia da Criança.

A merecida homenagem feita às crianças é uma contradição se considerarmos a maneira como elas são tratadas em todo mundo. Milhões de crianças vivem em situação de risco, sob circunstâncias desumanas. Vejamos alguns dados:

A OIT, Organização Internacional do Trabalho, estima que há 220 milhões de crianças trabalhando em uma jornada de até 17 horas semanais. Existemcentenas de crianças exploradas nas carvoarias e nos canaviais no Brasil e no mundo.







Crianças com idade entre 4 e 6 anos, em sua maior parte provenientes de famílias afegãs refugiadas da guerra civil que acomete seu país natal, trabalham em fábricas de tijolos. O seu desgastante trabalho consiste em virar os tijolos para que sequem mais rapidamente ao sol. O seu peso de criança permite que realizem seu penoso trabalho sem amassar os tijolos em que se apóiam. Karkhla, Paquistão

A OMS, Organização Mundial de Saúde, estima que há 100 milhões de crianças vivendo nas ruas. Um exército de famigerados vivendo em miséria integral. Só no Brasil existem 10 milhões de crianças nessa triste situação de abandono e miséria. A maioria dessas crianças abusa das drogas, que as ajudam a negar, a fugir da realidade, a matar a fome, e a se aquecer.



É preciso dizer que 55% das mortes de crianças estão associadas à desnutrição, à fome que debilita e mata lentamente.

Em Tegucigalpa, capital de Honduras, abutres e crianças disputam as sobras que encontram num aterro sanitário da capital hondurenha. Juan Flores e outras crianças reviram o lixo a fim de encontrar qualquer coisa que possa ser comido ou vendido.



REALIDADE COMUM NOS LIXÕES DO BRASIL


No Congo, na África central, a avó de Chantis Tuseuo, de nove anos de idade, estende a mão para sua neta, gravemente desnutrida, que aguarda atendimento num posto de saúde nos arredores de Kinshasa. Quem pode mensurar o número de crianças que hoje ainda não fez uma refeição?




A UNICEF estima que há 1 milhão e 200 mil crianças vítimas de tráfico e venda. Crianças sexualmente exploradas e submetidas a todo tipo de ato desumano e perverso.

Nesse ranking da degradação moral, o Brasil é um dos líderes com 100 mil crianças sexualmente exploradas.




Segundo a UNICEF, em 2006, 250 mil crianças soldados que atuaram na em conflitos e guerras na África, Ásia e América Latina.
CHINA COMUNISTA


No Complexo do Alemão, um conjunto de doze favelas na zona norte do Rio de Janeiro, existe um exército de traficantes, dentre eles, 200 menores de idade.

COMO SERÁ O FUTURO DAS CRIANÇAS QUE VIVEM SEM ESPERANÇA?

Agostinho disse que "o oposto do amor não é o ódio, mas a indiferença." É certo que esse é um dos grandes males sociais. Na filosofia do cada um por si, o mundo fecha os olhos e busca não enxergar as centenas de milhares de crianças vivendo em situação de risco.
Jesus nos exortou:
"Ben-aventurados os misericordiosos porque alcançaram misericordia"
Nosso Senhor nos ensinou a orar:

"Venha a nós o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu".
Como filhos de Deus devemos orar e trabalhar para que os valores de Deus governem a terra como governam o céu. A igreja é a agência do Reino de Deus e deve proclamar as boas novas de esperança e salvação "Porque o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo". Romanos 14.17


"Deixai vir a mim os pequeninos, não os embaraceis, porque dos tais é o reino de Deus".Mc 10.14
Estas palavras foram ditas pelo Senhor quando algumas crianças foram levadas a Ele para serem abençoadas. Os discípulos, influenciados pela cultura de seu tempo, que marginalizava crianças e mulheres, tentaram impedir o contato das crianças com Cristo. A atitude dos discípulos é o resultado de um modo errado de pensar: crianças são criaturas sem importância. Mas Jesus não entendia assim. As amáveis palavras do Senhor Jesus conferiram dignidade à pessoa humana, nesse caso em particular, às crianças.

A sociedade em que vivemos não é melhor do que a daquele tempo. No campo da ciência e da tecnologia o progresso é evidente, graças a Deus. Mas no que tange às questões de natureza moral e espiritual o quadro permanece caótico. Em rebeldia, os homens abandonaram o Deus Criador, e por conta disso o mundo experimenta um processo de desumanização do ser humano. “Chegamos ao ponto de condenar pessoas à prisão por matar animais, enquanto incentivamos o assassinato de crianças por meio do aborto”, comenta o pastor John MacArthur. Envoltas nas trevas da ignorância, as pessoas são capazes de dizer e fazer coisas terríveis com o próximo, mesmo que seja uma indefesa criança.

À luz das Escrituras podemos afirmar que crianças são bênçãos de Deus. “Herança do Senhor são os filhos; o fruto do ventre, seu galardão”. (Sl 127.3). É de fundamental importância para o fortalecimento do valor da criança na sociedade, o entendimento de que a graça de ter filhos é procedente de Deus. Portanto, crianças são bênçãos de Deus.

A sociedade que rejeita a Palavra de Deus desemboca em muitos outros erros e cava a sua própria sepultura. “O bem estar das nações e felicidade geral da sociedade humana estão intimamente vinculados a pontos de vista corretos sobre estas questões. As nações nada mais são do que uma coletânea de muitas famílias.” A partir desse princípio bíblico, é preciso que a igreja oriente a sociedade a entender que as famílias merecem o devido valor, especialmente as crianças, necessitadas de aceitação e amor.
Como cristãos, somos chamados a dar exemplo à sociedade. Precisamos ser modelo de cidadãos que valorizam as crianças como criaturas amadas por Deus. Vamos começar reavaliando nosso modo de tratar as crianças que convivem conosco, em particular, nossos filhos. Permita que as crianças digam a seu respeito: Eu sei que ele me ama.

Pai misericordioso, tenha compaixão de nossas crianças e perdoa a negligencia do teu povo.
Permita que a tua Igreja cumpra a sua vocação de ser luz do mundo e sal da terra.
Dá-nos a tua graça a fim de que possamos conduzir os pequeninos ao Senhor Jesus Cristo,
Deus e Redentor.

sábado, 10 de outubro de 2009

XXV CONFERÊNCIA FIEL

Excelente! A 25° Conferência Fiel para Pastores e Líderes serviu de grande edificação para mais de 1500 pastores e líderes de várias partes do Brasil. Durante uma semana (5 a 9 de outubro) estivemos reunidos em Águas de Lindóia -SP a fim de meditar sobre o coração do evangelho, a doutrina da A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ, que, segundo os reformadores, é o articulus stantis et cadentis ecclesiae, “o artigo pelo qual a igreja se sustenta ou cai”.

O time de preletores era de primeira, entre os quais, destacamos dois:
Donald A. Carson foi o principal orador. Notável por sua erudição, o Dr. Carson obteve o diploma de Bacharel em Ciências, em Química, na Universidade McGill; o seu Mestrado em Divindade, no Central Baptist Seminary, em Toronto; e seu Ph.D. em Novo Testamento, na Universidade de Cambridge. É professor de pesquisa do Novo Testamento na Trinity Evangelical Divinity School, em Deerfield (Illinois), desde 1978. É membro da Evangelical Free Church of America.

Carson escreveu e editou mais de 45 livros, incluindo: Introdução ao Novo Testamento (São Paulo, Vida Nova, 1997), em co-autoria com Douglas J. Moo & Leon Morris; Deus conosco (São Paulo: PES, s/d); O comentário de João (São Paulo: Shedd, 2007); Teologia bíblica ou teologia sistemática? (São Paulo: Vida Nova, 2001); A exegese e suas falácias (São Paulo: Vida Nova, 1992); Um chamado à reforma espiritual (São Paulo: Cultura Cristã, 2006); Do Shabbath para o Dia do Senhor (São Paulo: Cultura Cristã, 2006); e A Cruz e o Ministério Cristão (São José dos Campos, SP: Editora Fiel, 2009 ). Ouvi-lo foi um privilégio.


Outro brilhante preletor presente na Conferência foi o pastor Mark Dever, da Igreja Batista de Capitol Hill, em Washington, D.C. Graduado na Universidade Duke, o Dr. Dever obteve Mestrado em Divindade no Gordon Conwell Theological Seminary, Mestrado em Teologia no Shouthern Baptist Theologial Seminary e Ph.D em História Eclesiástica na Universidade de Cambridge. É presidente do ministério 9 Marcas e tem ensinado em diversos seminários, igrejas e conferências.


Pr. Mark Dever é autor de diversos livros e artigos. Dentre estes, os mais recentes são O Que é uma Igreja Saudável?, Editora Fiel, 2009 e The Gospel and Personal Evangelism (O Evangelho e o Evangelismo Pessoal, Crossway, 2007). Os livros anteriores incluem Nova Marcas de uma Igreja Saudável, Editora Fiel, 2007, Deliberadamente Igreja, Editora Fiel, 2008, A Mensagem do Antigo Testamento, CPAD, 2008.


As exposições bíblicas foram profundas e de grande edificação. A Conferência foi um curso de teologia. Todos nós podemos testemunhar a graça de Deus derramada sobre o seu povo ali.


Tivemos o privilegio de rever alguns amigos e fazer outras amizades. Segue abaixo algumas pessoas convivemos naquela abençoada Conferência.
Pastor Márcio Mattos, da PIB de Botafogo, eu, Daniel Rabelo e Renato Bellizzi, membros da minha igreja (calouros na Conferência) e Juan de Paula, meu amigo, membro da Igreja Batista da Esperança. Viajamos juntos no retorno ao Rio.

Daniel e eu, ao lado dos notáveis professores, Luiz Sayão e Franklin Ferreira.


Ao meu lado estão:

Bill Barclay, um amável Irlandês que presta um grande serviço ao povo de língua portuguesa publicando, através da PES (Publicações Evangélicas Selecionadas), excelentes livros, dentre os quais merecem destaques, as obras do Martin Lloyd Jones, com quem ele teve o privilégio de conviver.

Pr. Silas, membro da PIB de Suzano e secretário da PES. Uma pessoa maravilhosa a quem muito admiro.

Reverendo Odair Olivetti, (Igreja Presbiteriana do Brasil), um servo que Deus levantou para fazer o trabalho de tradução de obras teológicas do inglês para o português. Os livros traduzidos por ele já passam de 120. Um serviço de valor inestimável. Foi para mim uma honra conhecê-lo pessoalmente.

Quero encorajar os leitores desse blog a considerar a possibilidade de participar da próxima Conferência da Fiel. Espero que você esteja na foto do ano que vem. Até lá!


quinta-feira, 1 de outubro de 2009

ADORADOR OU CONSUMIDOR? (2)


A sociedade contemporânea é marcada pelo consumismo. Tudo parece girar em torno do poder de compra, quer seja um produto ou um serviço. “Penso, logo existo”, foi o que disse Descartes, filósofo francês. Hoje, sua frase parece sem sentido, tendo em vista que a nova regra é: “Consumo, logo, existo”. As marcas desse comportamento têm sido objeto de estudo por muitos estudiosos do comportamento humano, e podem ser observadas, inclusive, nas igrejas cristãs. Uma das muitas tendências desse comportamento é ceder à tentação de ser um consumidor do culto quando a proposta bíblica é que a pessoa seja um adorador no culto. Existe uma abissal diferença entre o adorador e o consumidor. Vejamos:


O adorador é alguém que foi regenerado pelo Espírito Santo e reconhece a Jesus Cristo como Senhor e Salvador de sua vida. Essa confissão de fé vem acompanhada de boas obras, que embora não salve, revela quem é salvo. Conhecer a Deus e fazer a sua vontade é prioridade na vida do adorador. O consumidor demonstra ser alguém que não conhece a Deus, não o ama, nem tão pouco está disposto a fazer sua vontade.


O adorador participa do culto coletivo com o objetivo de agradar “o auditório de Um só”. Para tanto, ele se junta a outros adoradores na adoração ao Deus Trino, Pai, Filho e Espírito Santo. O consumidor assiste o culto como mais um na platéia e projeta o pastor e as demais pessoas “envolvidas” como atores prestando um serviço religioso. Deus seria o ponto, o facilitador, alguém responsável para que a platéia se satisfaça. Tal pessoa canta, mas não adora, pois seu objetivo é ser entretido com as canções e discursos que levantem sua auto-estima e o faça bem.


O adorador procura ser fiel a Deus ainda que isso, temporariamente, custe a sua própria felicidade. O consumidor faz da felicidade seu alvo supremo, mesmo que isso implique em infidelidade a Deus. O adorador é um servo que busca a Deus para servi-lo. O consumidor é um tolo ignorante, capaz de cogitar a possibilidade de manipular o Senhor, pretendendo fazer deste, um servo de seus caprichos e vontades.


O adorador adora coletivamente, junto com os seus irmãos, mas também individualmente, na privacidade do seu quarto. Não apenas aqui ou ali, mas em todo lugar. Ele não vive em busca de lugar um sagrado, onde Deus supostamente se manifesta, mas entende que sua vida é um santuário onde Deus habita. O consumidor vive atento às ofertas do mercado. Quando um santuário já não satisfaz, ele busca outro, e depois outro, pois ele não quer participar do culto, mas apenas consumir um culto.

CONVERTA O SEU BOLSO



Dois crentes encontraram-se e passaram a conversar a respeito do dízimo. Um, que era dizimista, perguntou ao outro: "Se você tivesse dez fazendas, não daria, com alegria, uma delas ao Senhor?" O outro, entusiasmado, respondeu: - "Claro que daria!" Voltou o primeiro: - "Pois é isso que é ser dizimista... Se você tivesse dez casas, não daria uma ao Senhor?" - "Ora! Claro..." - "E se você tivesse dez carneiros?" Então o outro se zangou porque não tinha dez fazendas, nem dez casas, mas tinha dez carneiros.


Há muitos crentes que não são dizimistas porque, segundo eles, ganham pouco ou estão passando por “dificuldades financeiras”. Se alguém lhes perguntasse: Se você passasse a ganhar o dobro do que você ganha, você daria o dízimo? Muitos deles diriam sim. No entanto, a Bíblia ensina e a experiência confirma que a pessoa que não é fiel no pouco não será fiel no muito. Sabe por quê? A questão não são os valores, é o coração. O reverendo Hernandes Dias Lopes diz que "o dinheiro é uma bênção quando ele está em nossa mão, mas um grande perigo quando está em nosso coração. O coração não é um lugar apropriado para guardar o dinheiro. A Bíblia não condena o fato de você possuir dinheiro, mas alerta você sobre o perigo do dinheiro possuir você".


Famílias inteiras estão em crise porque retém o que pertence ao Senhor. Cantam louvores a Deus, mas não honram ao Senhor com suas finanças. Lembre-se: Um orçamento é um documento teológico. O modo como você gasta o seu dinheiro revela quem você é e qual é a condição do seu coração. “É possível contribuir sem amor, mas é impossível amar sem contribuir” Richard Braunstein


Lutero dizia que toda pessoa deve passar por três conversões, a conversão da mente, do coração e do bolso. Tudo provém de Deus. Somos apenas administradores; mordomos e não donos. Deus quer de nós obediência e não desculpas. Fidelidade e não evasivas. Nosso coração está onde está o nosso tesouro. Se buscarmos em primeiro lugar o Reino de Deus, não vamos ter problemas com os dízimos e com as ofertas, pois nosso coração estará inclinado para honrar ao Senhor com as primícias de toda a nossa renda. Converta o seu bolso, pois “DEUS AMA, A QUEM DÁ COM ALEGRIA”. 1 Co 9.7