segunda-feira, 24 de agosto de 2009

CENTENÁRIO DE MORTE DE EUCLIDES DA CUNHA

Em comemoração ao Centenário de Morte do escritor Euclides da Cunha, a Academia Brasileira de Letras realizará, ao longo dos meses de agosto, setembro, outubro e novembro, uma série de eventos centrados em um dos maiores escritores e jornalistas do Brasil. Na próxima terça-feira, 25 de agosto, às 17h30, no Teatro R. Magalhães Jr., a ABL dará continuidade ao Ciclo de Conferências em sua homenagem, tendo a conferência "Euclides da Cunha e o Itamaraty", com o Acadêmico Affonso Arinos.

O Presidente da ABL, Acadêmico Cícero Sandroni, informa que a Academia convocou vinte e um dos mais categorizados especialistas, “que buscarão trazer à atualidade o gênio de Euclides, mostrando como sua excepcional capacidade analítica mergulhou no cerne mesmo da visão do Brasil sobre si próprio, visão histórica, antropológica, sociológica e geográfica”.

Nas próximas conferências serão abordados assuntos como: "Os Sertões: Uma epopéia dos vencidos", em 1/9, com José Maurício Gomes de Almeida; teremos Nísia Trindade Lima falando sobre "Euclides da Cunha e o pensamento social brasileiro" no dia 8/9; Francisco Foot Hardman, no dia 15/9, falando sobre "Euclides e a Amazônia"; "Confluências de linguagem em Euclides da Cunha e Guimarães Rosa", por Per Johns, em 22/9; Ricardo Ventura Santos, no dia 29/9, falando sobre "A antropologia de Os Sertões"; "Os fundamentos científicos em Euclides da Cunha", em 6/10, por José Carlos Barreto Santana; Moacyr Scliar falando sobre "A medicina nos tempos de Euclides da Cunha" em 13/10; "Euclides da Cunha jornalista", em 20/10, por Cícero Sandroni; e, finalizando o ciclo, teremos Alberto Venancio Filho, em 27/10, falando sobre "A recepção de Os Sertões"

Sob coordenação do Acadêmico Alberto Venancio Filho, o evento terá transmissão ao vivo pelo portal da ABL. Serão fornecidos certificados de frequência.

Para maiores informações, acesse: www.academia.org.br


Mais de 2 mil cristãos vivendo nas ruas em Islamabad

PAQUISTÃO (13º) - Médicos locais e correspondentes estão chocados pelas condições horríveis em que vivem mais de 2 mil cristãos no centro de Islamabad, capital do Paquistão.

Crianças cristãs no Paquistão
“Apesar de estarem a apenas 10 minutos de centros de saúde, duas pessoas morreram no calor de 43°C, enquanto muitos outros correm o risco de morte por desidratação, infecção ou pelos danos acumulados por causa da miséria”, afirmava um artigo da associação Barnabas (Barnabé) Aid.

Explicando como eles chegaram a esta terrível situação, um porta-voz da associação afirmou: “Há aproximadamente um ano, cerca de 214 famílias cristãs receberam promessas de terras no distrito Chak Shahzad. As Autoridades de Desenvolvimento da Capital (CDA) cuidaram da mudança e disseram para que as famílias arrumassem tendas para morar enquanto as propriedades eram finalizadas.

“Então, há três meses a CDA mudou de ideia e obrigou as famílias a se estabelecerem na estrada, em condições indignas, onde o único suprimento de água que eles têm corre próximo a um aterro sanitário. Até 20 pessoas estão dividindo a mesma tenda, o que só acrescenta desconforto.”

A associação Barnabas afirmou que um de seus colaboradores no Paquistão comentou: “Desde que os cristãos começaram a ser discriminados pela maioria da população, nada foi feito para ajudá-los”.

Enquanto as autoridades do Paquistão ainda não agiram, a associação Barnabas pode prover ajuda segura para as famílias. Esse socorro será em forma de alimento, como arroz, lentilha, cebolas e óleo de cozinha para todas as famílias, baldes e contêineres de água para reduzir o risco de tifóide no acampamento extremamente apertado.

O Dr. Patrick Sookhdeo, diretor internacional da associação Barnabas disse: “Aqui há uma oportunidade real de salvar vidas. Nossos irmãos e irmãs em Islamabad necessitam muito de assistência material para impedir que doenças se espalhem no acampamento. Ore para que possamos arrecadar os fundos necessários para suprir essas necessidades.

Fonte: www.portasabertas.org.br

A DEMOCRACIA GANHA; A RELIGIÃO PERDE

A troca de acusações entre as emissoras Globo e Record teve pelo menos um ponto positivo: revelou os bastidores do que antes era conhecido apenas em livros-denúncia. Se a Record se valeu de verbas oriundas de dízimo e ofertas de milhares de fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus, a Rede Globo foi beneficiada por verbas públicas em sua eterna relação com o poder. Longas reportagens em telejornais de ambas as emissoras escancararam isso para milhões de telespectadores. Ganha a democracia, ganha a liberdade de imprensa, quebra-se o monopólio da comunicação, ganha a sociedade que fica sabendo da falta de lisura daqueles que deveriam ser exemplo de ética e honestidade. Mas perde a religião.

Na reportagem do Jornal Nacional que deu origem à briga, foram exibidas cenas lamentáveis de pastores recolhendo sacos de dinheiro e fazendo caretas prazerosamente debochadas para as câmeras. Quando deu o troco, a Record perdeu a chance de mostrar outra face da Universal. O que fez foi reforçar ainda mais o estereótipo da igreja cujo reino é mesmo deste mundo. Escolheu personagens para tentar ilustrar o que a denominação tem de bom, e a impressão que deu é a de que o lado bom da Universal é fazer com que a conta bancária de seus adeptos engorde milagrosamente, desde que eles ajudem a encher os cofres da igreja.

Ninguém falou em volta de Jesus, pregação do evangelho, estilo de vida e renúncia, conceitos comuns nos Evangelhos. Ao contrário, a tônica é sempre a teologia aberrante da prosperidade, como se a conversão fosse garantia de enriquecimento. Textos bíblicos como “no mundo tereis tribulações, mas tende bom ânimo, Eu venci o mundo” (João 16:33); “não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu” (Mateus 6: 19-21), e outros mais, parecem passar longe do ideário dos líderes da Universal.

No meio desse fogo cruzado estão pessoas sinceras que buscam paz e esperança. É o caso do entrevistado na matéria da Record que tentou suicídio, mas mudou de ideia quando ouviu um pastor falando na TV. Deus lida com cada pessoa individualmente e vê o coração, por isso não podemos julgar a sinceridade delas. Mas podemos esperar que justiça seja feita contra esses líderes que se refestelam com o dinheiro suado de seus seguidores, construindo mansões enquanto muita gente dentro e fora do rebanho passa fome e amarga dívidas.

Resta esperar que funcione o bom senso daqueles que assistem a tudo nos sofás das salas de estar. Verdadeiros seguidores de Jesus entendem que é necessário, acima de tudo, buscar em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça. As demais coisas – casa, comida, roupa, etc. – lhes são acrescentadas pelo trabalho honesto e pela bondade e sabedoria de Deus (cf. Mateus 6:33). As bênçãos prometidas aos dizimistas em Malaquias 3 não dizem respeito apenas à prosperidade financeira, que o Senhor sabe a quem conceder ou não. Seguindo o estilo de vida proposto pela Bíblia e sendo liberal com a causa de Deus e com as necessidades do semelhante, a pessoa terá também paz, saúde e bons relacionamentos - bênçãos impagáveis.

Finalmente, que os espectadores tenham sensibilidade para perceber que nem todo pastor é ganancioso, assim como nem toda igreja visa ao lucro e nem todo padre é pedófilo. E que Deus ajude os sinceros a ter discernimento e a encontrar a pérola de grande valor em meio a tanta sujeira.

Por Michelson Borges

Fonte: http://www.criacionismo.com.br/

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

A VIDA DE JOÃO CALVINO

LI, GOSTEI E RECOMENDO!
Acabo de ler uma das melhores obras já publicadas sobre o Teólogo da Reforma. A VIDA DE JOÃO CALVINO é um livro escrito pelo brilhante Catedrático de Teologia Histórica da Universidade Oxford e Catedrático Pesquisador em Teologia Sistemática, no Regent College, em Vancouver, Alister E. McGrath. Recomendo com entusiasmo este incomparável estudo sobre a vida e o pensamento de Calvino.

No ano do quinto centenário de João Calvino, é mais do que oportuno conhecer um pouco mais sobre este notável homem cujo pensamento exerceu forte influência sobre a cultura ocidental. Embora ainda exista uma insana calvinofobia, cresce o número de cristãos interessados em aprender mais sobre o pensamento de Calvino, sem sombra de dúvidas um dos maiores teólogos da Igreja Cristã.

Alister McGrath comenta o impacto de Calvino sobre o ocidente: “Calvino provou ser uma figura de extrema influência na história da Europa, mudando a perspectiva de indivíduos e instituições, no início da era moderna, à medida que a civilização começou a assumir sua forma característica.”

MacGrath cita inúmeros teólogos e historiadores, entre eles, o renomado sociólogo alemão Ernst Troelsch que sugeriu que somente em dois períodos o Cristianismo foi capaz de transformar, de forma decisiva a cultura e a civilização humana: durante a Idade Média, através da síntese escolástica de Tomás de Aquino e através do Calvinismo, no início da Idade Moderna. Sendo assim, estudar a vida de João Calvino e seu profundo legado é tratar de um dos momentos mais importantes da história moderna.

Engana-se quem pensa que se trata de uma obra romantizada. O autor revela seu especial cuidado ao escrever: “A preocupação deste livro não é a de louvar ou condenar Calvino ou o seu legado cultural, mas é, primeiramente, a de delinear a natureza e a extensão desse legado.”

Realmente o livro é muito bom. Rico em informações relevantes, criteriosamente pesquisadas. Vale a pena ler. Segue abaixo o índice de assuntos tratados.

Sumário do livro:

1. Introdução
2. Paris: A Formação de uma Mente.
3. Os anos errantes: Orleans e o encontro com o humanismo.
4. De Humanista a Reformador: A Conversão.
5. Genebra: O Primeiro Período.
6. Genebra: A Consolidação do Poder.
7. O Cristianismo Segundo Calvino: O Meio.
8. O Cristianismo Segundo Calvino: A Mensagem.
9. A Invasão de Idéias: Calvino e a França.
10. A Gênese de um Movimento.
11. Compromisso com o Mundo: O Calvinismo, o Trabalho e o Capitalismo.
12. Calvino e a Formação da Cultura Ocidental Moderna.


O Sixteenth Century Journal, publicou a seguinte nota sobre o referido livro:

“Desde a obra Calvin, de Wendel, não houve um livro que dedicasse tanto fôlego e profundidade à vida e ao pensamento de Calvino como esse ... Uma esplêndida ferramenta tanto para novatos como para leitores experientes. A obra de McGrath permanecerá como uma abordagem histórico-teológica equilibrada e sensível.”

Você pode adquirir o livro direto da editora Cultura Cristã.
Acesse: http://www.editoraculturacrista.com.br

Alister E. McGrath é diretor do Wycliffe Hall, Oxford. Ele tem escrito extensamente sobre a história e o pensamento da Reforma.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Woodstock: O sonho acabou, mas o pesadelo continua.

Há quarenta anos acontecia numa pequena cidade chamada Bethel, no interior do Estado de Nova York, o maior festival de Rock da história. Debaixo de muita chuva e em cima de muita lama, meio milhão de jovens se reuniu entre 15 e 18 de agosto de 1969, para ouvir algumas das mais importantes bandas de rock da época.


Woodstock não foi apenas um festival de rock. Foi uma espécie de oficialização do rompimento daquela geração com os valores que norteavam a sociedade cristã ocidental. No imaginário coletivo foi o momento e o lugar nos quais a juventude rebelde tomou forma através do movimento hippe. O famoso lema: FORA COM O VELHO: FAÇA AMOR NÃO FAÇA GUERRA, escondia uma filosofia letal. Por ironia, o movimento que se mostrou indignado com Guerra do Vietnã declarou guerra contra a cultura cristã. A famigerada revolução sexual foi umas das primeiras batalhas. A intenção era abolir a velha moralidade sexual judaico-cristã e implantar a “nova moralidade”, criando assim um mundo melhor. Tola ilusão!


Interessante notar que o festival aconteceu numa cidade chamada Bethel que nos remete ao lugar em que Jacó se encontrou com Deus pela primeira vez. Milhares de anos depois, uma multidão de jovens se reúne num lugar com o mesmo nome, para erigir um novo altar. No lugar do Deus de Jacó, eles entronizaram outra trindade: droga, sexo e rock’n roll. A tríade da morte.

Quarenta anos depois, os trágicos resultados podem ser vistos todo dia em todo lugar. Aquela geração, permissiva, libertina e inconseqüente, plantou as sementes da morte e os frutos dão em abundância. As drogas, até então “ingenuamente experimentadas” como simples curtição passou a ser um dos maiores flagelos da história da civilização humana. O uso de drogas cada vez mais pesadas fomentou a criminalidade provocando a desgraça de milhões de vidas. O sexo sem compromisso, equivocadamente chamado de “sexo livre”, praticado sem o menor escrúpulo, provocou uma terrível epidemia, a AIDS. Doenças sexualmente transmissíveis proliferam assustadoramente e matam aos milhares. Apesar dos fatos o mundo não quer enxergar que o sonho acabou, mas o pesadelo continua.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

A ORAÇÃO TOCA A ETERNIDADE


A estatura espiritual de um crente é determinada pelas suas orações. O pastor ou crente que não ora está desviando-se. O púlpito pode ser uma vitrine onde o pregador exibe seus talentos. Mas, no aposento da oração, não temos como dar um jeito de aparecer.


Embora a igreja seja pobre sob muitos aspectos, é mais pobre ainda na questão da oração. Contamos com muitas pessoas que sabem organizar, mas poucas dispostas a agonizar; muitas que contribuem, mas poucas que oram; muitos pastores, mas pouco fervor; muitos temores, mas poucas lágrimas; muitas que interferem, mas poucas que intercedem; muitas que escrevem, poucas que combatem. Se fracassarmos na oração, fracassaremos em todas as frentes de batalha.


Os dois requisitos básicos para se ter uma vida cristã vitoriosa são visão e fervor. Ambos nascem da oração e dela se nutrem. O ministério da pregação é de poucos; o da oração – a mais importante de todas as atividades humanas – está aberta a todos. Porém, as “criancinhas” espirituais comentam sem o menor constrangimento: “Hoje, não vou à igreja. É dia da reunião de oração”.


É bem possível que Satanás não tema grande parte das pregações de hoje. Mas a experiência do passado leva-o a arregimentar todo o seu exército infernal para lutar contra o crente que ora. Os crentes de hoje não têm muito conhecimento da prática espiritual de “ligar e desligar”, embora essa responsabilidade nos tenha sido delegada por Deus: “O que [tu] ligares na terra...” Você tem feito isso? Deus não desperdiça seu poder. Se quisermos ser poderosos na obra Dele, temos que ser poderosos com Ele.


O segredo da oração é orar em secreto. Quem se entrega ao pecado pára de orar. Mas aquele que ora pára de pecar. O fato é que somos pobres, mas não humildes de espírito.


A oração é profundamente simples e, ao mesmo tempo, profunda. “É uma forma de expressão tão simples que até uma criancinha pode exercitá-la”. Mas é igualmente tão sublime que ultrapassa os recursos da linguagem humana, e esgota seu vocabulário. Lançar diante de Deus uma torrente de palavras não irá, necessariamente, impressioná-lo ou comovê-lo. Uma das mais significativas orações do Velho Testamento foi feita por uma pessoa que não pronunciou palavras: “Seus lábios se moviam, porém não se lhe ouvia voz nenhuma” (I Samuel 1:13) De fato, ela não tinha grandes dons de oratória. Sem dúvida, existem “gemidos inexprimíveis”.


Não se pode negar que a maior preocupação da igreja de hoje são as finanças. E, no entanto, esse problema que tanto inquieta as igrejas modernas era o que menos perturbava a do Novo Testamento.


Hoje, damos mais ênfase à contribuição; eles a davam à oração.Em nossos dias, são muito poucos os que estão dispostos a assumir a responsabilidade de orar inspirados pelo Espírito, e para esse tipo de oração não há substitutos. Temos que orar, senão perecemos!


Por Leonard Ravenhill

terça-feira, 11 de agosto de 2009

MOCHILA NAS COSTAS E DIÁRIO NAS MÃOS

LI, GOSTEI E RECOMENDO (1) A prestigiada Editora Ultimato, mais uma vez, presenteia a igreja brasileira com uma obra de incontestável excelência. O livro biográfico "Mochila nas Costas e Diário na Mão" -- a fascinante história de Ashbel Green Simonton, de autoria do notável escritor Elben M. Lenz Cezar foi lançado em hora oportuna. A Igreja Presbiteriana do Brasil celebra amanhã, 12 de agosto de 2009, o sesquincentenário da chegada do pioneiro do presbiterianismo Ashbel Grenn Simonton ao Brasil, em 12 de agosto de 1859.

O historiador Alderi de Souza Matos estava certo ao afirmar que o livro “Mochila nas Costas e Diário na Mão” é “a mais completa biografia de Simonton publicada até hoje. Um relato inspirador e abrangente sobre a vida do jovem missionário que chegou ao Brasil há 150 anos.”

Boa parte das biografias sobre Simonton, o "missionário estadista", enfatiza as suas realizações. De fato foram muitas conquistas para um curto período de vida. "Ele organizou o primeiro jornal protestante da América do Sul (1864), a primeira escola paroquial (1866), o primeiro seminário (1867) e ordenou o primeiro pastor brasileiro (1865). Desembarcou no Rio de Janeiro em 1859 e morreu de febre amarela em São Paulo, aos 34 anos, em 1867. Uma vida breve, que mudou a história."

O ponto forte do livro é que ele apresenta com muita transparência uma pessoa de carne e osso. Elben Cezar não se dedica a apresentar apenas a sua relevante obra, mas sobretudo a sua extraordinária vida. O que ele fez foi conseqüência de quem ele foi. “Não foi difícil escrever a biografia de Simonton”, confessa Elben. Simonton escreveu um diário dos 19 aos 33 anos que muito ajudou na produção do livro que é rico em transcrições que revelam o coração do jovem pastor.

FRASES MARCANTES NO LIVRO:

“Minha esperança é que a salvação é inteirinha de graça, nenhuma condição é imposta, tudo é um dom gratuito.” 24 de março de 1855

“Uma coisa posso fazer e tento fazer diariamente no meio de todas essas dúvidas e perplexidades: afastar o olhar de mim mesmo e voltá-lo para as promessas de Deys e a oferta gratuita do evangelho, e pedir em oração o prometido auxílio do Espírito Santo para guiar-me a toda verdade”. 14 de abril de 1855

“Hoje, com mais de vinte e duas pessoas, fiz uma aliança pública com Deus para ser seu no tempo e na eternidade.” (6 de maio de 1855)

“Em nenhum lugar o avivamento religioso é mais necessário ou deveria ser mais procurado do que no seminário teológico”. 17 de março de 1856

“As verdades que salvam e que dirigem a alma a Cristo são rejeitados pelo catolicismo.” 3 de março de 1861

“Deus é sábio demais para errar e bom demais para nos fazer mal”. 8 de julho de 1860

“Não costumamos apressar profissões de fé para engrossar o rol da igreja”. Janeiro de 1864

“Desejo ardentemente ver o dia em que não aja mais escravidão” 27 de abril 1854

“Deus levantará outro para pôr no meu lugar. Ele fará a sua própria obra com seus próprios instrumentos”. 6 de dezembro de 1867


Encorajo os amigos que leiam esse livro a fim de que sejam edificados através do exemplo de um jovem pastor, cujo trabalho abençoou muitas vidas e deixou uma honrosa herança não apenas para os presbiterianos, mas para todo o povo de Deus em terras tupiniquins.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

NEGLIGENCIA COM A PREGAÇÃO - UMA VERGONHA!

Até ontem eu estava de férias. Tive o privilégio de descansar em um dos lugares mais belos do Brasil, a Região dos Lagos, no Estado do Rio de Janeiro. Visitei algumas lindas cidades e praias maravilhosas. Eu e minha família vivemos dias inesquecíveis. Mas algo aconteceu que partiu o meu coração. Visitei uma igreja a fim de participar do culto público. Tudo parecia ir bem até o pastor assumir o púlpito para pregar. De imediato, logo após a saudação, ele disse: “Meus queridos, não se preocupem. Não vou tomar muito do tempo de vocês. Daqui a pouco vocês estarão em casa almoçando”. Em seguida a essa espantosa declaração, o que ouvimos foi um emaranhando de idéias desconectas. Embora não estivesse nervoso, estava perdido. Vergonhosamente despreparado. Vi com os meus olhos um homem sofrendo para dizer alguma coisa, embora ele mesmo não soubesse o que. Ao término da “pregação”, ele contou uma historieta medíocre com a visível intenção de comover a congregação. Tolo e inútil artifício. Mas uma vez, como repetidas vezes acontece em todo país, a igreja de Cristo deixou de ser edificada através da pregação da Palavra de Deus.

Em muitos aspectos vivemos um tempo similar àquele que antecedeu à Reforma Protestante do século 16. No que tange a pregação da Palavra de Deus, a similaridade é grande. Naqueles dias, assim como hoje, o ministério da Palavra estava em declínio, para não dizer, totalmente arruinado. Hugh Latimer, um dos reformadores ingleses, em seu famoso “sermão do arado” pregado na Catedral de São Paulo, no dia 18 de janeiro de 1548, apresentou um retrato da realidade com as seguintes palavras:

Quem dera nossos prelados fossem tão diligentes para semear os grãos de trigo da sã doutrina quanto satanás o é para semear as ervas daninhas e o joio!” e advertiu com muita propriedade: “Onde o diabo está em residência e está com o seu arado em andamento, ali: fora os livros e vivam as velas!; fora as Bíblias e vivam os rosários!; fora a luz do evangelho e viva a luz das velas – até mesmo ao meio dia!; [...] vivam as tradições e as leis dos homens!; abaixo as tradições de Deus e sua santíssima Palavra[...]"

A situação nas igrejas cristãs, salvo as honrosas e raras exceções, é de extrema pobreza e mediocridade nos púlpitos. Por todo lado há almas famintas e sedentas, totalmente carentes de conhecer o “evangelho das insondáveis riquezas de Cristo”, mas falta quem pregue a sã doutrina. Há muitos animadores de auditório, especialistas em entreter, mas totalmente inaptos a apascentar a Igreja com “todo conselho de Deus”. Dominicalmente é oferecida a igreja uma sopa rala que por sua natureza não nutre nem produz genuíno crescimento. O brilhante John Owen declarou que “o primeiro e principal dever de um pastor é alimentar o rebanho pela pregação diligente da Palavra”. Eis uma das maiores necessidades da igreja contemporânea: verdadeiros e diligentes pregadores da Palavra de Deus.

A Reforma, a despeito de todas as acusações de seus detratores, deixou um glorioso legado ao cristianismo, o resgate da pregação pública da Palavra de Deus. Lutero, Calvino, Zwínglio, Knox nenhum deles inventou a pregação, mas certamente lutou para que ocupasse a primazia no culto cristão. Eles exortavam os que estavam sob a sua liderança e eles mesmos buscavam para si, a excelência na pregação da Palavra Para tanto, eles tinham um pressuposto e uma motivação. Eles entendiam que a pregação da Palavra de Deus é “um meio de graça indispensável e sinal infalível da verdadeira igreja”. A incansável luta desses gigantes da fé tinha como alvo a glória de Deus. Esta era a santa motivação para subir ao púlpito e anunciar o evangelho da graça.

A verdadeira pregação é a VIVA VOX EVANGELLI, a viva voz do evangelho. Não existe pregação sem exposição do evangelho que anuncia toda glória ao Deus de toda graça. Negligenciar a pregação da Palavra é sufocar o evangelho. As igrejas estão adoecidas, entre outras razões, por conta da negligencia dos pastores quanto a genuína pregação do evangelho.

O Dr. Martin Lloyde Jones, em seu notável livro, Pregação e Pregadores, comenta sobre um dos mais notáveis pregadores do século 19, o escocês Robert Murray McCheyne:

“É o comentário geral que quando aparecia no púlpito, mesmo antes de dizer alguma palavra, o povo já começava a chorar silenciosamente. Por que? Por causa deste elemento de seriedade. Todos tinham absoluta convicção de que ele subia ao púlpito vindo da presença de Deus e trazendo uma palavra da parte de Deus para eles”.

Encorajo a todos que foram chamados para pregar o evangelho que o façam com integridade e excelência, na dependência e no poder do Espírito, tendo Cristo como centro da mensagem e a glória do Pai como alvo supremo. Aos pregadores do evangelho, a exortação de Alexander Whyte a um jovem pregador é oportuna: “Nunca pense em abrir mão da pregação! Os anjos em derredor do trono invejam sua grandiosa obra.”