segunda-feira, 15 de setembro de 2008

PATRÍCIO, O MISSIONÁRIO

Patrício é conhecido como “padroeiro da Irlanda”, mas, ao contrário do que muitos pensam, ele não era católico romano, nem tão pouco irlandês. Patrício nasceu na província romana da Bretanha em um lar cristão. Seu pai era diácono e seu avó sacerdote da igreja celta, uma igreja cristã independente que foi subjugada pela igreja católica romana a partir do Concílio de Whitby.

Pouco se sabe sobre os primeiros anos da vida de Patrício. Ao que tudo indica, apesar de nascer em um lar cristão, não era convertido à fé cristã. Mas, graças a providencia divina, sua vida mudou. Deus o amava e tinha um maravilhoso plano para realizar nele e através dele. Os irlandeses invadiram a costa da Bretanha e levaram muitos jovens para serem vendidos como escravos, dentre eles Patrício que cuidou de porcos por seis anos em uma fazenda. Esses anos de desolação foram importantes para refletir sobre seu estado espiritual. O Espírito regenerou seu coração como ele mesmo reconheceu: “O Senhor permitiu que compreendesse minha incredulidade e mostrou que, por mais tarde que fosse, eu podia lembrar das minhas faltas e voltar-me para Deus”. Patrício passou a ser fervoroso nas orações e a ouvir a voz do Senhor.


Uma vez de volta a Bretanha, depois de ter milagrosamente conseguido fugir, passou a viver com seus parentes. Tudo parecia ter voltado ao normal até que Deus o chamou na “calada da noite”, como ele relata em suas Confissões. Sua experiência foi marcante. “Vi um homem chamado Victório, como se viesse da Irlanda, com inúmeras cartas: e ele deu-me uma delas.” Enquanto lia a carta Patrício diz ter ouvido vozes dizendo: “Por favor, jovem santo, venha e ande entre nós novamente”. Depois de um período de estudos na Gália, ele chegou à Irlanda em 432 e por lá permaneceu até a sua morte.


Não foi nada fácil pregar o evangelho entre os pagãos. Por doze vezes ele sofreu risco de morte e passou por um seqüestro que durou duas semanas. Todavia, Patrício perseverou no caminho da obediência. Trinta anos depois duzentas igrejas cristãs estavam implantadas em toda a Irlanda. Cem mil pessoas tinham sido batizadas, inclusive inúmeras autoridades irlandesas. O mais notável em tudo isso é que ele tributava todo o sucesso desse empreendimento ao poder da palavra de Deus. Na atual conjuntura, eu diria que há muitas “Irlandas” aguardando as boas novas de salvação. Resta saber quantos estão dispostos a dizer sim ao chamado de Deus, tal como o notável Patrício, o missionário.

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