terça-feira, 22 de julho de 2008

“LEVAI AS CARGAS UNS DOS OUTROS ... Gl 6.2

Levar a carga uns dos outros é um imperativo para o povo de Deus.
Tal ordem expressa responsabilidade mútua entre os discípulos de Jesus Cristo.
Quando o apóstolo disse “levai as cargas uns dos outros”, ele deixou evidente duas coisas: Todos nós temos cargas; segundo, Deus não pretende que as carreguemos sozinhos. O plano divino é que a carga seja dividida, compartilhada.
Jesus levou a carga das nossas culpas e pecados. Todavia, isso não nos torna imunes aos problemas e adversidades da vida. Deus espera que levemos tudo a Ele em oração e que compartilhemos com nossos irmãos aquilo que não podemos levar sozinhos. Pessoas são usadas por Deus para nos abençoar. Paulo, uma vez atribulado, reconheceu que o “Deus que conforta os abatidos, nos consolou com a chegada de Tito” (2 Coríntios 7.5-6).
Existem situações que são da competência da pessoa enfrentar e resolver. O próprio Paulo também disse: “cada um levará o seu próprio fardo” (Gl 6.5). Este último versículo parece entrar em contradição com aquele que apresenta o mandamento de levar as cargas uns dos outros. Afinal, quem deve levar a carga do outro, a pessoa mesma ou nós também? A resposta está na compreensão das duas palavras chaves: carga e fardo. Fardo, no grego, phortion, era usado como um termo militar para a mochila de um soldado. Ou seja, o soldado não apenas conseguia carregá-lo, mas tinha a obrigação de carregar. Portanto existem coisas que eu devo levar, porque é minha obrigação e porque eu consigo levar. Mas a palavra carga, no grego, baros, refere-se aquilo que é pesado. Este peso é uma carga muito grande para alguém carregar sozinho.
Carregar a carga do outro é um ministério que precisa ser entendido e aplicado nas igrejas cristãs com toda diligência e amor. É possível que haja entre nós irmãos sobrecarregados. Essas cargas podem significar fraquezas morais, enfermidades físicas, necessidades financeiras, aflições espirituais e emocionais, etc. São cargas pesadas, impossíveis de serem carregadas por uma só pessoa.
“Os homens serão egoístas”, profetizou o apóstolo acerca dos últimos dias. Esse egoísmo é típico do mundo em trevas, mas os filhos da luz são encorajados a abençoar vidas que estão cansadas e necessitadas de ajuda para caminhar. Lutero disse que os cristãos devem ter “ombros fortes e ossos potentes” para ajudar uns aos outros. Levar a carga do outro significa cumprir a lei de Cristo, a lei do amor.

Judiclay Silva Santos

3 comentários:

Unknown disse...

Gostei da reflexão sobre carga e fardo. Falou muito comigo Deus abençoe.

Unknown disse...

Shalom! sem sombra de dúvida foi com uma enorme precisão que o irmão abordou o tema. Creio que nos falta muito mais a "simplicidade do evangelho"... a igreja de hoje tem sido negligente em cumprir sua função, mas parabenizo e me edifico com a exposição do irmão. abraços fraternal de Clístenes.

Eliana Cachoeira disse...

Pr. fez sentido para mim, seu artigo sobre este versículo, "Levai as cargas uns dos outros...", mas gostaria que o senhor explicitasse um pouquinho mais sobre! Fui criada e educada à "moda" antiga, minha mãe, foi uma mulher de oração, e de leitura bíblica, meu pai também, lia muito, foi um homem muito inteligente, sensível de coração, do tempo em que ainda se "dava um pouso" a um desconhecido sem medo! Enfim, estou resumindo um pouco de minha estrutura para que entenda onde quero chegar! Nunca gostei muito do assunto Psicologia e não considerava algo sério, mas nunca fechei-me de todo para tal. Minha oração principal em minha vida é: "Ensima-me os teus Estatutos..." o salmo 119 me é muito querido! Bem, deparei-me outro dia com este artigo: Os riscos biológicos e bíblicos do aconselhamento centralizado no problema que está neste site - http://www.chamada.com.br/mensagens/aconselhamento.html, o qual considero muito, meu pai lia este periódico desde que eu era criança. Nele, (artigo) encontrei argumentos bem fortes que retificam minha desconfiança quanto a Psicologia e aconselhamentos com base nesta prática. E fui além, encontrei um outro, que gostaria de lhe enviar por email, pois é um pouco extenso para postar aqui. Sobre sincretismo, mesmerismo e a psicologia. Tudo foi confirmando cada vez mais o que penso a respeito. Mas esse texto "Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo" – Gálatas 6.2, nos dá uma direção que, entendi, não seja a de solidarizar, mas sim, como Lutero, no seu grande Comentário de Gálatas (Obras Selecionadas, vol. 10, pág. 530ss. - Co-edição Concórdia e Sinodal)), diz que a lei de Cristo é a LEI DO AMOR MÚTUO... (é) carregar as cargas do outro, isto é, carregar aquilo que é penoso para você e que não carrega com prazer. É necessário, portanto, diz Lutero, que os cristãos tenham ombros fortes e ossos robustos, de maneira que eles possam carregar a carne, isto é, a fraqueza dos irmãos. Ora, o amor é doce, benigno, paciente, etc., não em receber, mas em dar, pois é obrigado a fechar os olhos a muitas coisas e carregá-las. Na igreja, mestres piedosos vêem muitos erros, afirma Lutero, e pecados que eles são obrigados a carregar. A lei de Cristo, a lei do amor é como diz Paulo em 1 Co 13: "... tudo crê, tudo espera" e ajuda a carregar todas as cargas do irmão."

Entendi que é não julgar, perdoar, aceitar o irmão, não o pecado, ou fraqueza dele, isso não nos impede de tratá-lo com amor. Agora, creio que aqui fala-se da fraqueza de cada um, e não do que esta pessoa possa estar passando em virtude de suas relações pessoais íntimas, como problemas no casamnto, salvo se houver violência física, contra ela ou ele e filhos se houverem, mas dificuldades de entendimento do casal, isso deve ser resolvido apenas entre eles com a ajuda num aconselhamento generalizado, com base na Palavra de Deus. Não acho certo, e aqui encontrei apoio para o que penso, quando casais são levados a falar suas dificuldades íntimas a terceiros com esperança de resolvê-las, pois não há ninguém, nem conselho algum que se não tiver obediência integral à Palavra, pode dar certo.
Temos tudo o que precisamos na bíblia, não vi em nenhuma parte, Paulo falando de grupos de aconselhamento nas igrejas misturados às filosofias da época!
Não há em nenhuma de suas cartas algo relacionado ao caso do casal X que foi abençoado e teve vitórias após terem passado um final de semana num intensivão em busca de suas identidades, aprendendo a aceitar-se e coisas do tipo!