quinta-feira, 3 de julho de 2014

52 x 0: A MAIOR GOLEADA DA HISTÓRIA





         




No próximo domingo acontecerá a final da Copa do Mundo Foram dias de intensa emoção.
Alguns jogos foram memoráveis, como aquela histórica goleada da Holanda sobre a Espanha. A “Fúria” não esperava levar 5 gols da “Laranja Mecânica” – foi uma humilhação assistida ao vivo por milhões de pessoas. Poderia ser pior, a seleção de El Salvador, na Copa de 82 levou a maior goleada da história das Copas, 10 x 1 da Hungria. Bem, mas essa pastoral não é sobre futebol, é sobre oração.


             A negligencia da prática da oração sempre foi uma grande tentação para os cristãos, tanto em particular (no ambiente do lar) quanto em público (nas reuniões na igreja). A falta de uma vida devocional, constante e consistente é a causa primária da ausência nos cultos públicos de oração. Nas igrejas históricas, entre as quais está a Batista, via de regra, existe pelo menos um culto público de oração por semana. Assim sendo, são 52 cultos no ano. Mas, não obstante a 52 oportunidades para dedicar-se a oração comunitária, a maioria dos crentes nunca estão presentes. O culto de oração está sofrendo uma goleada da TV, do Facebook, do cansaço, do futebol, da preguiça... Quem está vencendo o campeonato da vida?


         Um notável missionário americano chamado John Hyde, entrou para história como sendo “o homem que orava”. Um dos princípios que governavam sua vida era este: “O que é de maior importância deve ocupar o primeiro lugar”. Diante das tarefas diárias, com suas necessidades e desafios, Hyde não se desviava do principal, o ministério da oração tanto em particular quanto em público. Esta palavra é pastoral e visa encorajá-lo a mudar de hábito. Abandonar o mau hábito de negligenciar a oração a fim de cultivar o bom hábito da oração comunitária. É um processo que começa com a decisão de orar e perseverar em oração. Para a maioria das pessoas a oração é mais um peso do que um prazer. Todos reconhecem a importância da oração, mas se sentem culpadas pelo fracasso na oração. Já li muitas biografias e nunca encontrei um dos santos da igreja satisfeito com a sua vida de oração. Todos demonstraram a necessidade de cultivar uma vida de oração mais profunda, intensa e constante. No entanto, tendo em vista que a oração não é uma trilha de caça, mas a rodovia principal onde muitas pessoas passaram por ela antes de nós podemos aprender com outros que perseveraram em oração. Portanto, não desanime, se você reconhece sua pobreza espiritual. Mude sua atitude! Participe dos cultos de oração e seja um vencedor no jogo da vida. Vença de goleada.      
Orai sem cessar”. 1 Ts 5.17


Fale a Deus tudo que vai em seu coração, como quem desabafa para um amigo todas as suas alegrias e dores. Conte-lhe seus problemas, para que ele possa confortá-lo; fale-lhe de suas alegrias para que ele possa moderá-las; conte-lhe seus anseios, para que ele possa purificá-los; fale de suas antipatias, para que ele o possa ajudá-lo a superá-las; fale de suas tentações, para que ele possa protegê-lo delas; mostre-lhe as feridas de seu coração para que ele possa sará-las; exponha-lhe sua indiferença para com o bem, sua inclinação para o mal, sua instabilidade; conte-lhe como o seu amor por si mesmo o torna-o injusto com os outros, como a vaidade o tenta a ser insincero; e como o orgulho o mascara o que você é realmente para si mesmo e para os outros.  François Fenelon




sexta-feira, 23 de maio de 2014

A INFLUÊNCIA DA TELEVISÃO


A televisão está presente na casa da maioria das famílias brasileiras. Embora tenha relativo valor e utilidade, o pastor John Stott alertou a comunidade cristã sobre alguns perigos da televisão. Vejamos.
1) A PREGUIÇA MENTAL. À luz das Escrituras e da tradição cristã, preguiça é ACEDIA - uma atitude de deliberada fuga da responsabilidade. Nesse sentido, o uso inadequado da televisão tende a tornar as pessoas mentalmente preguiçosas. Ela atrai, seduz, vicia e manipula as pessoas. A capacidade de reflexão diminui por conta do poder de entorpecimento cognitivo que a televisão provoca. A capacidade de pensar e usar o cérebro são um dom de Deus. A TV rouba isso à medida que anestesia a mente.

2) A EXAUSTÃO EMOCIONAL. A televisão tende a tornar as pessoas emocionalmente insensíveis. As tragédias do mundo inteiro são despejadas dentro das casas sem que haja tempo ou condição para processar as muitas informações que chegam. As pessoas vão sendo desumanizadas, perdendo a capacidade de lamentar os reais problemas do mundo. As pessoas ficam emocionalmente esgotadas e criam mecanismos de fuga da realidade por meio da indiferença e do cinismo.
3. A CONFUSÃO PSICOLÓGICA. A televisão tende a tornar as pessoas psicologicamente confusas. Conceitos, ideias, valores e crenças são despejados diante das pessoas, e, muitas vezes, elas não têm o discernimento necessário para filtrar o que é certo e errado. A perda do senso crítico e a incapacidade de avaliar o que está por trás das propagandas, das telenovelas, dos filmes e até mesmo de alguns documentários e noticiários, produzem uma confusão psicológica de graves consequências.

4. A DESORIENTAÇÃO MORAL. A televisão tende a deixar as pessoas em desordem moral. A maioria dos programas, especialmente aqueles que dão mais ibope, está eivada de valores éticos distorcidos e nocivos para a família. A violência veiculada na televisão é uma verdadeira escola de crime. As telenovelas fazem apologia da infidelidade conjugal. Os valores morais absolutos são tripudiados e a flacidez moral enaltecida.
Portanto, cuidado com o mal uso da TV, pois o que está em jogo é o bem de sua alma, a vida da sua família e o futuro da nação. Pr. Judiclay S Santos

sexta-feira, 25 de abril de 2014

A TRISTEZA DELE GARANTIU A NOSSA ALEGRIA

por Judiclay Santos

No jardim do Getsêmani se dá um dos acontecimentos mais importantes na vida de Jesus e de grandes implicações sobre a humanidade. O Senhor Jesus pronunciou uma das frases mais fortes do Novo Testamento: “A minha alma está profundamente triste até a morte”(Mt 26.38). A Sociedade Bíblica do Brasil traduziu bem esse verso: “Sinto no meu coração uma tristeza tão grande, que parece que vai me matar” (BLH). A tradução literal seria: “Oprimida está a minha alma ao ponto da morte”. Jesus estava no Getsêmani onde as azeitonas eram apertadas ao máximo para que delas saísse o óleo. Agora, ele teria que decidir: desistir ou aceitar ser esmagado para que dele saísse o óleo da vida. Angustiado, Ele clamou: “Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres” (Mt 26.39). Ninguém pode mensurar a aflição do Salvador.


Jesus sabia o propósito da sua missão. Ele havia dito aos seus discípulos que veio a este mundo para morrer. Mas agora, chegada a hora, ele é tomado de pavor e por três vezes ora ao Pai, suplicando que, se possível, passasse dele aquele cálice. Só há uma resposta bíblica para a tristeza de Jesus. Ela não era fruto de temor da cruz, um gênero terrível de morte. Incontáveis pessoas, incluindo muitos mártires da fé cristã já haviam enfrentado mortes violentas sem emitir sequer um gemido, nosso Senhor também poderia fazê-lo. O peso real e a carga terrível que abatia o coração do Senhor e que o deixou profundamente triste era a culpa dos pecados da humanidade. Ele assumiu o compromisso de “tornar-se maldição em nosso lugar” e aceitou que sobre ele fossem lançadas as iniquidades de todos nós (Isaías 53). 


Nosso Senhor escolheu a cruz, ele bebeu o cálice da justa ira de Deus a fim de que o seu povo eleito fosse redimido.  Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeira” (Gl 3.13). O paradoxo da graça está no fato de que a tristeza dele tornou-se a nossa alegria. “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, a quem, não havendo visto, amais; no qual, não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia de glória, obtendo o fim da vossa fé: a salvação da vossa alma”.1 Pe 1.3,8,9                                                                  


sexta-feira, 18 de abril de 2014

DUAS BANANADAS: UMA CÔMICA HISTÓRIA DE UMA TRÁGICA REALIDADE


Por Judiclay Silva Santos

Um amigo meu, à época seminarista no Rio de Janeiro, passou por uma experiência que, embora engraçada, revela uma triste realidade no cenário evangélico brasileiro. Com o propósito de evitar constrangimentos desnecessários, os nomes das pessoas envolvidas e da igreja em questão serão ocultados, mas, posso lhes garantir, tendo a Deus como testemunha, que os fatos são reais e verdadeiros.

João (nome fictício que atribuirei ao meu amigo) era conhecido por ser um excelente pregador. Era também um bom estudante, cursando o terceiro ano da graduação em teologia em um dos mais antigos e renomados seminários do Brasil. Recebia muitos convites para pregar e, à medida do possível, atendia de bom grado. Convidado para pregar uma série de conferências em uma igreja, seguiu para o destino acompanhado de sua esposa em um carro particular. A igreja estava lotada para celebração do seu 25o aniversário. Durante cinco dias (de quarta-feira a domingo) João esforçou-se para pregar com excelência, buscando a edificação da igreja. Nas semanas anteriores ele havia se preparado com muita dedicação. Orou intensamente a fim de que Deus usasse a sua vida como um instrumento. No domingo à noite, último dia da festa, igreja lotada, como dizem os irmãos pentecostais, ninguém sabia “se o céu desceu ou se a igreja subiu”, mas todos reconheceram que foi uma noite especial. Depois da mensagem, o povo cantou de pé: Tu és fiel Senhor! - belíssimo hino da tradição cristã. O pastor e o seminarista à porta recebiam os cumprimentos dos membros da igreja, que não escondiam a satisfação dos seus corações. No dia seguinte, prontos para regressar ao Rio de Janeiro, o seminarista estava inquieto. Até aquele momento não havia recebido nenhum recurso para custear as despesas de sua viagem (considerando ida e volta,  foram mais de 700 km de distância). E a oferta de gratidão? Até aquele momento, nada! Chegou a hora de ir embora. O seminarista e a esposa entram no carro, após se despedirem do pastor e sua família. Enquanto o carro andava os primeiros metros, o seminarista olhava o pastor acenar pelo retrovisor... Ufa!, suspirou o entristecido pregador que imaginou ser aquele um sinal de reparação ou correção de um lapso compreensível. Ledo engano. O pastor se aproximou e disse:

- Quase esqueci. Estava no meu bolso. Levem para vocês comerem na viagem.

Estendendo a mão, ofereceu-lhes duas bananadas. Sim, caro leitor. Duas bananadas dessas que são vendidas nos semáforos da vida por alguns centavos. Incrédulo e estupefato, o pregador seguiu viagem sem saber se ria (pois a cena foi hilária) ou se chorava (pela sensação de ter sido golpeado), embora tenha pensado em fazer outra coisa.
Essa história nos encoraja a pensar sobre o complexo mundo de fazer e aceitar convites para pregar. Trata-se de uma excelente oportunidade para pensar sobre os deveres de ambos, do pregador convidado e da igreja que convida.

I. RESPONSABILIDADES DO PREGADOR CONVIDADO.
1)     Fazer tudo o que for possível para honrar o convite.
Somente Deus não está sujeito às contingências do tempo e às circunstâncias da vida. Imprevistos acontecem. O pregador pode, na semana do compromisso, ou mesmo no dia, enfrentar uma situação que seja impossível honrar o convite. Mas nada justifica a irresponsabilidade de assumir um compromisso e não honrá-lo. Caro pregador, se você firmou um compromisso, só está dispensado do mesmo se for por um motivo muito sério para o qual não haja outra solução a não ser desmarcar. Portanto, pense duas vezes antes de assumir um compromisso. Um homem sem palavra é um homem suspeito. Honrar um convite é uma nobre atitude.

2)     Preparar-se com excelência para edificar a igreja.
Quando uma igreja convida um pregador, sua expectativa é de que ela seja edificada. A pregação é o principal meio de graça. Uma boa mensagem tem o poder de abençoar vidas. Para tanto, entre outras coisas, o pregador precisa se preparar para o desafio. Isso demanda tempo de estudo e oração. No entanto, é triste constatar que alguns pregadores aceitam um convite para o qual não se preparam. Já testemunhei cenas vergonhosas. Existe coisa mais constrangedora que ouvir um homem perceptivelmente despreparado? Senhores, pregação é um assunto sério e exige total dedicação.

II. RESPONSABILIDADES DA IGREJA QUE CONVIDA.

1) Oferecer todas as condições necessárias para que o pregador desenvolva a missão que recebeu.

a) Uma boa viagem. Quando a distância é curta, é possível ir de carro, ônibus ou outro meio de transporte que assegure chegar no horário. Muitas vezes, dependendo da distância, a passagem aérea é fundamental. Na atual conjuntura, em que as passagens aéreas estão com preços acessíveis, sendo as viagens bem mais seguras e rápidas,  espera-se que a igreja providencie as passagens. Soube de uma igreja que ficou irritada com um pregador pelo simples fato deste não se dispor a viajar de Porto Alegre à Goiânia de ônibus. Não havendo condição, melhor seria convidar alguém da própria cidade ou de uma região mais próxima. Tendo a oportunidade de assegurar uma boa viagem, segura e eficiente, deve-se evitar deslocamentos de grandes distâncias com seus riscos e desgastes desnecessários.

b) Uma boa hospedagem. Se o pregador vem de longe, ainda que seja para pregar apenas um dia, ele precisa de uma adequada hospedagem. Onde ficar? O ideal é que fique em um lugar que ofereça privacidade, segurança e descanso. A casa do pastor da igreja que convida ou mesmo a casa de um membro, não é o mais adequado. Um amigo meu, veterano pastor com mais de 65 anos, passou pela experiência (ainda jovem, pois hoje em dia não entra mais nessas furadas) de ir com sua família para pregar na igreja de um colega que lhe ofereceu a própria residência como lugar de hospedagem. Na hora do almoço, o pastor anfitrião disse ao colega: “Depois da oração podem atacar, pois os meus filhos são terríveis. Às vezes não sobra nem para mim.” Como se não bastasse, o pastor deitou-se sem camisa na sala da sua casa, com aquela barriga protuberante, roncando com toda força enquanto o pastor convidado com sua mulher e filhos sentados no sofá pensavam: “O que nós estamos fazendo aqui?! Ridículo!” Pois bem, o ideal é providenciar um hotel decente. Não precisa ser um 5 estrelas nem tampouco um muquifo de beira de estrada. Basta que seja um lugar que ofereça privacidade e segurança. Pode ser em uma residência, desde que essas necessidades sejam supridas.

2) Dar uma oferta como expressão de gratidão ao pregador.
 Toda genuína oferta é de caráter voluntário. Oferta não é dívida, mas presente. Oferta é livre e não compulsória. Se isto é verdade, como pode ser um dever da igreja dar uma oferta? Não seria uma contradição? Bem, trata-se de um princípio bíblico abençoar aqueles por meio dos quais Deus nos abençoa. Embora não seja um dever legal, é um dever moral. Trata-se de uma questão de consciência. É justo oferecer ao pregador convidado uma oferta de gratidão por seu trabalho. Fazer isso é reconhecer o esforço, o tempo investido nos estudos, entre outras coisas. Não se cobra pela pregação do evangelho. Não estamos falando de cachê.  No entanto, livros, cursos, preparo, custam tempo e dinheiro. Honrar o pregador é reconhecer o valor do ministério da pregação. Não advogo que em toda e qualquer circunstância seja necessário ou possível oferecer uma oferta em dinheiro. Às vezes, um simples livro oferecido como singela expressão de gratidão é o suficiente para encorajar o pregador, que se sentirá honrado. O princípio básico é a gratidão. Não importa se a igreja é grande ou pequena, mas se é generosa e conscienciosa. Em uma cultura marcada pelo egoísmo, é necessário que aprendamos a ser gratos.

Um querido professor do seminário me contou uma experiência ocorrida com ele na década de 70. 

Após um fim de semana pregando em uma igreja no Paraná, pegou o seu carro com destino ao Rio de Janeiro. O colega que o convidou não custeou as despesas, nem lhe ofereceu uma oferta de gratidão. Mas o presenteou com um cacho de bananas. Ao recebê-lo, o professor perguntou a sua mulher: “Querida, nosso carro é movido à banana?”

Senhores, chega de bananas e bananadas. Por favor, tenham bom senso antes de convidar alguém para pregar.


“Portanto, dai a cada um o que deveis: ... a quem honra, honra.” - Rm 13.7